Projeções dos EUA apontam para “década de ouro” do agronegócio brasileiro

  • Teo Barbosa
  • Publicado em 12 de setembro de 2021 às 06:30
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Para intensificar a presença do produto brasileiro no exterior, é necessário intensificar a realização de acordos comerciais

O espaço para o agronegócio brasileiro crescer é grande, apontam projeções realizadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) e pelo Ministério da Agricultura brasileiro.

As estimativas indicam que, nos próximos dez anos, as exportações de milho do Brasil podem crescer 45,8%; as de soja, 36,2%; as de algodão, 50,6%; as de carne bovina, 41,8%; as de suína, 44,4%; e as de aves, 43,6%.

Uma série de fatores contribui para isso, explica César de Castro Alves, da consultoria agro do Itaú BBA: a disponibilidade de terras, o clima favorável; a infraestrutura mais desenvolvida em relação a outros países que estão na mesma latitude; e a possibilidade de se colher de duas a três safras por ano.

“O Brasil é um caso único de avanço tecnológico no agronegócio”, diz ele.

Ele aponta que há uma demanda internacional em expansão. Grandes oportunidades para o Brasil, segundo ele, estão na China, onde há um amplo mercado a ser explorado, e em países desenvolvidos, como nos EUA e na União Europeia.

Outros aspectos que também contribuem, segundo ele, são o ambiente rico em empreendedorismo e inovação, que fica evidente com a expansão das “agritechs”, e a sanidade e qualidade dos produtos brasileiros.

Necessidade de fazer a lição de casa

Mas, para intensificar a presença do produto brasileiro no exterior, é necessário intensificar a realização de acordos comerciais, afirma o especialista.

Atualmente, o Brasil possui acordos com Angola, Guiana, México, Panamá, São Cristóvão e Nevis, Suriname e Venezuela. No âmbito do Mercosul, há parcerias com Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Egito, Equador, Índia, Israel, Peru e União Aduaneira da África Austral.

A expansão das exportações também vai exigir o aumento da produção. E ela pode ser obtida, segundo Castro Alves, por meio de ganhos de produtividade. “O que vem acontecendo no campo vai continuar a ser replicado, por meio da incorporação de mais tecnologia.”

Outra fonte de expansão na agricultura poderá vir do reaproveitamento de terras antes usadas pela pecuária, principalmente no Centro-Oeste.

Segundo notícia publicada pelo jornal Gazeta do Povo, o Brasil também terá de fazer a lição de casa. Uma das questões mais importantes, segundo os especialistas, é a ambiental.

“Isto trava a fluidez dos acordos comerciais”, ressalta o analista do Itaú BBA. O caminho passa por conter desmatamento e queimadas. E por um trabalho de relações públicas por parte do governo brasileiro.


+ Agronegócios