Papa abre consulta de 2 anos para ouvir católicos sobre o futuro da Igreja Católica

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 11 de outubro de 2021 às 09:00
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Francisco quer que a maioria dos católicos — idealmente, todos os 1,3 bilhão que se declaram assim — sejam ouvidos sobre o futuro da Igreja

Papa Francisco em reunião do Sínodo dos Bispos: consulta vai indicar mudanças na igreja católica

O papa Francisco lançou no domingo (10 de outubro) um processo mundial de consulta de dois anos que pode mudar a maneira como a Igreja Católica Romana toma decisões e deixar sua marca para muito além do fim do seu pontificado.

Proponentes encaram a iniciativa, chamada “Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão”, como uma oportunidade de mudar as dinâmicas de poder da Igreja e dar mais voz a leigos católicos, como mulheres, e pessoas à margem da sociedade.

Conservadores afirmam que o processo em três etapas é uma perda de tempo, pode erodir a estrutura hierárquica da Igreja com 1,3 bilhão de membros e, no longo prazo, diluir a doutrina tradicional.

Trazidos à tona

Em uma missa na Basílica de São Pedro, Francisco disse que os católicos deveriam manter a mente aberta durante o processo.

Temas que vêm sendo trazidos à tona, como maior participação feminina na tomada de decisões da Igreja e mais acolhimento a grupos marginalizados pelo catolicismo tradicional devem aparecer de forma recorrente nesse processo de consulta pública, a maior já realizada na milenar história do catolicismo.

Dentre esses, os especialistas em bastidores do Vaticano enumeram os temas que vão de homossexuais a divorciados em segunda união.

Reformador

Além disso, Francisco deve utilizar esse momento para consolidar uma aposta evidente em seu pontificado reformador.

Ao definir que o próximo sínodo terá como tema a própria sinodalidade (maneira de ser e de agir da Igreja), ele se inspira no modo de vida dos primeiros cristãos, cujas decisões eram tomadas de forma colegiada.

Evidentemente que isso não significa que a Igreja abraçou a democracia. As decisões seguem como sempre: respeitando a hierarquia tradicional — a consulta pública é que é democrática, mas caberá ao papa a palavra final.


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