Especialistas em redes sociais veem no Telegram nova ameaça digital para as eleições

  • Robson Leite
  • Publicado em 5 de outubro de 2021 às 18:30
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Além de canais e ferramentas para transmitir mensagens, o Telegram permite a formação de grupos com até 200 mil participantes

Com uma avalanche de memes, vídeos, áudios, correntes e notícias falsas, parte distribuída através de robôs, o WhatsApp foi um dos protagonistas das eleições brasileiras de 2018.

Um ano antes do pleito que definirá o presidente da República, especialistas em segurança da informação apontam que um concorrente deve assumir a posição de “vilão” digital da próxima campanha: o Telegram.

Com uma filosofia de moderação mínima, a ferramenta é considerada um terreno mais fértil para campanhas de desinformação e discurso de ódio por esses especialistas.

Ao contrário do WhatsApp, que limita grupos a 256 membros e restringe o leque de mensagens replicadas muitas vezes, o Telegram permite grupos com 200.000 pessoas e compartilhamento irrestrito.

Canais, ferramentas para transmitir mensagens, têm um número ilimitado de assinantes.

O presidente Jair Bolsonaro e seus filhos frequentemente anunciam seus canais no Telegram.

Na segunda-feira (04), durante a queda de quase 7 horas do WhatsApp, o presidente usou a falha para tentar atrair seguidores.

No Twitter, ele convocou as pessoas a segui-lo no aplicativo, pois “muitas redes sociais encontram instabilidade”.

Seu canal está perto de 1 milhão de assinantes.

Segundo uma notícia publicada pelo jornal O Globo, foi uma estratégia consciente desses grupos que estão atacando o processo eleitoral de migração em massa para o Telegram, que é um canal menos propenso ao diálogo, com menos controle no Brasil.

“É uma grande ameaça, não só o fortalecimento desses grupos nos espaços digitais, mas também o fortalecimento em espaços menos ajustáveis, ou menos dispostos a se autorregular”, diz Fernanda Campagnucci, diretora executiva da Open Knowledge Brazil.


+ Política