Derrubada do veto de Lula pela desoneração anima setor calçadista brasileiro

  • Marcia Souza
  • Publicado em 17 de dezembro de 2023 às 15:00
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Calçados é a principal atividade industrial de Franca

A derrubada do veto presidencial ao projeto que estende a desoneração da folha de pagamentos até 2027, ocorrida no Congresso Nacional na tarde do dia 14, animou a indústria calçadista nacional.

Para a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), que esteve presente desde o princípio das negociações com o Governo e com parlamentares, a continuidade da política que permite a 17 setores intensivos em mão de obra – entre eles o calçadista – substituírem o pagamento de 20% sobre a folha de salários por 1% a 4,5% da receita bruta da empresa é um “alento em um momento ainda complicado para o setor”.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, estima que, somente no setor calçadista, caso a desoneração não fosse mantida, seriam perdidos mais de 20 mil postos logo no primeiro ano de reoneração.

“Com uma carga extra de mais de R$ 720 milhões por ano, as indústrias de calçados precisariam recalcular suas rotas, investimentos e contratações. Com uma possível reoneração, teríamos uma queda de produção de mais de 150 milhões de pares e a perda de milhares de empregos logo no primeiro ano”, comenta o executivo, tudo isso após uma queda de cerca de 1% na produção ao longo de 2023.

Surpreso

Ferreira ressalta que, no final de novembro, a entidade foi pega de surpresa com o veto presidencial ao projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamentos.

“Mesmo após intensa mobilização, não somente de entidades patronais, mas também laborais, o Governo não teve sensibilidade social para preservar empregos. Agradecemos, mais uma vez, o Congresso Nacional, que depois de aprovar a continuidade da política agora derrubou o veto presidencial a esse projeto tão importante para a competitividade da indústria e para a geração de empregos no País”, avalia.

Setor

Com mais de quatro mil empresas, que empregam cerca de 300 mil pessoas diretamente no País, o setor calçadista é intensivo em mão de obra, estando presente, com força econômica, em mais de 10 estados brasileiros.

Somando toda a cadeia produtiva, dos fornecedores até o varejo, a atividade emprega, direta e indiretamente, mais de um milhão de pessoas.


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