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Efeito sobre medicamentos pode estar atrelado ao consumo de canela em suplementos nutricionais; risco é menor considerando o óleo de canela

O uso excessivo da canela diz respeito ao ingrediente concentrado como suplemento nutricional – foto Arquivo
A canela pode reduzir o efeito de medicamentos quando consumida em excesso. É o que mostra uma nova pesquisa conduzida por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa de Produtos Naturais, da Universidade do Mississippi, nos Estados Unidos.
Divulgado na última quinta-feira (24), o estudo publicado no periódico Food Chemistry: Molecular Sciences afirma que o problema pode estar no cinamaldeído, um componente primário da canela.
Segundo o estudo, o cinamaldeído ativa receptores que controlam a eliminação de medicamentos do corpo pela ação metabólica.
O uso excessivo da canela, porém, não está na adição do pó ao café ou leite, por exemplo, mas em seu uso concentrado como suplemento nutricional.
“Podem surgir problemas de saúde se quantidades excessivas de suplementos forem consumidas sem o conhecimento do profissional de saúde ou do prescritor dos medicamentos”, disse Shabana Khan, cientista principal do centro, em comunicado.
“O consumo excessivo de suplementos pode levar a uma rápida eliminação do medicamento prescrito do corpo, o que pode tornar o medicamento menos eficaz.”
Casca de canela
No caso da casca de canela, o problema está nos altos níveis de cumarina, um composto com efeito anticoagulante.
Essa substância é especialmente abundante na canela-cássia — variedade mais barata, comum nos supermercados, originária do sul da China — e pode representar risco, principalmente para quem já usa anticoagulantes.
“Em contraste, a canela verdadeira do Sri Lanka apresenta um risco menor devido ao seu teor reduzido de cumarina”, compara Khan.
Óleo
O óleo de canela, por sua vez, quase não apresenta risco de interação com medicamentos. Segundo os pesquisadores, a depuração do cinamaldeído livre é ligeiramente menor do que a do cinamaldeído no óleo de canela.
Isso significa que a capacidade do organismo de eliminar a substância é mais devagar quando ela está isolada em comparação à sua presença no óleo.
Segundo Bill Gurley, coautor do estudo, o cinamaldeído livre tem potencial para ativar receptores específicos, representando um risco de interações medicamentosas.
“Isso é o que poderia acontecer, mas não saberemos exatamente o que acontecerá até fazermos um estudo clínico”, acrescenta.
Os pesquisadores alertam que pessoas que têm doenças crônicas como hipertensão, diabetes, câncer, artrite, asma, obesidade, HIV, AIDS ou depressão devem ser cautelosas ao usar suplementos em geral, incluindo aqueles com canela.
A recomendação é checar com um médico se o suplemento pode ser consumido junto com a medicação prescrita.
Fonte Galileu