Governo reconhece crise hídrica no Estado e lança programa de poços artesianos

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 10 de outubro de 2021 às 09:00
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Secretário de Infraestrutura contraria opinião do presidente da Sabesp e diz que Estado precisa estar preparado para enfrentar a crise hídrica

Plataforma de perfuração de poço artesiano: governo do estado vai perfurar 138 para evitar crise hídrica

O secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do governo de São Paulo, Marcos Penido, disse que o Estado vive uma crise hídrica, cenário que vem sendo negado pela Sabesp.

“[Estamos] vivendo uma situação de crise hídrica que se apresenta”, disse o secretário na quinta-feira (07), durante o lançamento do programa Água é Vida, no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.

Quando houve a crise de 2014 e de 2015, os engenheiros e técnicos achavam que isso iria ocorrer de novo dali a 20, 30 ou 40 anos.

“Passaram-se cinco anos e estamos novamente com esse mesmo dilema. Não podemos ficar de braços cruzados e ir atacando na emergência, fazendo medidas paliativas ou corretivas”, continuou o secretário.

Se não foi crise hídrica, o que foi?

O cenário de risco de falta de abastecimento de água devido à falta de chuvas vem sendo negado pelo presidente da Sabesp, Benedito Braga, de acordo com notícia do jornal Valor Econômico.

O jornal diz que, segundo Benedito Braga (que esteve em Franca na semana passada), não existe esse prognóstico, e a avaliação sobre a situação dos mananciais é feita a cada semana.

“Não há perspectiva de crise hídrica até o final da primavera e início do verão. Está prevista uma semana chuvosa a partir de domingo”, disse Braga ao jornal “Folha de S.Paulo” no dia 1º. Ele só não citou o racionamento que precisou ser feito em várias cidades do interior.

Evitar a repetição

Mesmo assim, moradores da região metropolitana de São Paulo têm sofrido com a redução da pressão, além da falta de água em determinadas horas do dia.

De acordo com o secretário Penido, o projeto do governo do estado irá instalar 138 poços para a retirada de águas subterrâneas e estruturas de armazenamento, além de obras de desassoreamento de rios e recuperação da vegetação de mananciais. Veja notícia publicada pelo Jornal da Franca na sexta-feira (08).

“Estamos preparados para eventos que poderão vir quiçá no ano que vem, esperamos que não, mas temos que estar preparados”, disse Penido em relação à crise hídrica no Estado.