Brasileiros criam teste de saliva que pode identificar coronavírus em 30 minutos

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 23 de agosto de 2021 às 14:30
  • Modificado em 23 de agosto de 2021 às 17:23
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O novo teste possui sensibilidade de 90% para detectar casos positivos e especificidade de 100% de capacidade de excluir os negativos

Mais acessível, o teste pode ser realizado por qualquer laboratório e custa cerca de um terço do valor do teste padrão.

Um novo teste para diagnóstico da Covid-19, feito a partir da coleta de saliva ou secreções da nasofaringe, pode identificar o coronavírus em apenas 30 minutos.

Trata-se do RT-LAMP, que utilizando a técnica de amplificação isotérmica mediada por loop (a chamada transcriptase reversa) detecta o vírus pela reação colorimétrica.

Ou seja, após coletadas, as amostras são colocadas em pequenos tubos com reagentes de coloração rosa, que mudam de cor para amarelo se houver a presença do SARS-Cov2.

Mais simples, barato e acessível, o teste pode ser realizado por qualquer laboratório e custa cerca de um terço do valor do RT-PCR, teste padrão. A reportagem foi publicada pela revista Veja.

“O que torna o PCR tão caro é o equipamento, que custa mais de R$ 200 mil – poucos laboratórios têm acesso. O LAMP pode ser feito até em escolas”, diz o virologista Edison Durigon, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.

Segundo um estudo publicado na Scientific Reports, o RT-LAMP possui sensibilidade de 90% para detectar casos positivos e especificidade de 100%, capacidade de excluir os negativos, mas há uma limitação ligada à carga viral do paciente: se a quantidade de vírus for muito baixa, o teste pode dar um resultado inconclusivo, com uma coloração laranja.

Nesse caso, deve ser repetido ou confirmado com o RT-PCR, que detecta o SARS-Cov-2 no terceiro dia de infecção. “O LAMP deve ser feito a partir do quinto dia, para que haja carga viral suficiente para ser detectada”, explica o pesquisador.

Desenvolvido pela Plataforma Científica Pasteur-USP (SPPU-USP), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Curitiba, o novo teste ainda não tem previsão de disponibilidade no mercado nacional.


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