Automedicação: por que você não deve tomar remédio por conta própria

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 12:00
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Farmacêutico explica sobre os riscos da automedicação e alerta que ingerir um remédio sem orientação pode levar até mesmo à morte

Automedicação é uma prática comum, mas que traz riscos sérios – foto Arquivo

 

Você provavelmente já tomou remédio por conta própria, assim como a maior parte da população brasileira.

Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha, apontou que 85% dos brasileiros se automedicam, ignorando os riscos da prática.

De acordo com Thiago de Melo, farmacêutico e pesquisador na área de Ciências Farmacêuticas, professor de pós-graduação nos cursos de Ciências Farmacêuticas e Farmacologia e no curso de graduação de Medicina pela Universidade Vila Velha (UVV), reduzir essas incidências pode ajudar a diminuir o número de internações desnecessárias e evitar diversas complicações, ou até mesmo mortes.

A automedicação, segundo o especialista, é uma prática comum.

“Vejo que a busca desenfreada por soluções rápidas somada à facilidade de acesso aos medicamentos podem ser importantes ingredientes desse bolo. Soma-se a isso o fato de que boa parte das pessoas desconhece que cada organismo é único e reage de formas distintas aos fármacos”, destaca.

O perigo dos anti-inflamatórios

Há décadas já se sabe que o uso prolongado de anti-inflamatórios pode gerar gastrite e até sangramentos no estômago.

Entretanto, alguns acham que por comprar o diclofenaco de potássio (por não conter sódio) estariam livres dos problemas gastrointestinais.

“Isso é um engano, porque pode desencadear um aumento na pressão arterial, colocando em risco a saúde cardiovascular”.

“Devemos também lembrar dos corticóides que também podem prejudicar o controle da glicose no sangue em pessoas com diabetes, levando a complicações mais graves”, alerta.

Riscos de tomar remédio sem orientação médica

Os exemplos citados são apenas a ponta do “iceberg” quando se trata de complicações causadas pela automedicação.

Existe também o perigo de interações medicamentosas desconhecidas e a possibilidade de mascarar sintomas de outras doenças, o que acaba atrasando o diagnóstico correto.

“O uso de qualquer tipo de medicamento deve ser acompanhado por profissionais capacitados, como médicos e farmacêuticos que possuem conhecimento técnico para avaliar cada caso individualmente e prescrever a terapia mais adequada”, aponta Thiago.

Em tempos modernos, com acesso fácil a informações na palma das mãos, é importante utilizar a tecnologia de forma consciente.

Por outro lado, a internet jamais pode substituir uma consulta médica ou farmacêutica especializada.

O autodiagnóstico e a automedicação podem ter consequências sérias para a saúde. “Portanto, convido a todos que façam uma reflexão sobre a sua atitude em relação aos medicamentos”.

“Procure sempre a orientação de profissionais de saúde qualificados, que poderão indicar a melhor abordagem terapêutica para cada caso específico. A saúde é valiosa demais para ser arriscada pela imprudência”, conclui.

*Informações Saúde em Dia


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