Assim como o excesso de sal, açúcar se comprova como grande vilão da saúde

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  • Publicado em 19 de outubro de 2016 às 12:18
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 17:59
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Malefícios vão desde diabetes, doenças cardíacas, artrite a câncer, segundo novos estudos

Assim como ocorre com o sal, excesso de açúcar provoca inúmeros malefícios à saúde

Quem, em meio a uma degustação ou refeição,  nunca ouviu a famosa frase “cuidado com a pressão alta, maneire no sal”? Durante anos ele foi considerado o grande vilão para quem sofre de hipertensão. Mas, segundo recentes estudos, não é o sal que se deve temer, mas o açúcar.

Uma pesquisa realizada na Universidade da Califórnia e divulgada na publicação americana “Journal of Psicologhy” mostra que ingerir grandes quantidades de açúcar pode dificultar a comunicação entre os neurônios e deixar o cérebro lento. Isto porque os níveis elevados de açúcar no sangue afetam uma área-chave do cérebro, chamada hipotálamo, que faz com que a frequência cardíaca acelere e a pressão suba. “Evidente que não podemos esquecer que o sal eleva o risco de acidentes vasculares cerebrais – aumenta em 25% essas chances, além de ser o responsável por três milhões de mortes por ano no mundo. Mas, de acordo com as últimas pesquisas realizadas, o açúcar é o principal problema de aumento de pressão, maior do que o sódio”, reforça a nutricionista Ana Paula Medeiros Silva, acrescentando que isso se explica pelo fato de o hipotálamo ser afetado quando os níveis de açúcar no sangue são elevados. Assim, a pressão alta se junta a diversos problemas que ele pode ocasionar à saúde – diabetes, doenças cardíacas e degenerativas, depressão, artrite, câncer, hiper e hipoglicemia, síndrome metabólica, principal causa da obesidade, entre outros malefícios.

A especialista esclarece que a sacarose também é um dos grandes responsáveis pela esteatose hepática – fígado gorduroso. “Duas em cada oito pessoas possuem a doença, que na maioria das vezes surge em consequência do consumo excessivo de álcool”, observa.

Na medida

De acordo com a recomendação oficial da Associação do Coração dos Estados Unidos, a quantidade máxima de açúcar ingerido por dia por uma mulher deveria ser 25 gramas, e por homens, 37,5 gramas. Em razão disso, Ana Paula alerta sobre os cuidados com os produtos industrializados, pois já são adoçados. “Da mesma forma que o sal e a gordura estão escondidos nas fórmulas dos produtos industrializados, o açúcar também está. Devemos sempre dar preferência aos produtos naturais”, sugere a nutricionista. Os açúcares adicionados podem ser difíceis de identificar. Na lista de ingredientes do alimento, o açúcar pode estar listado como sucrose, adoçante de milho, frutose, néctares, etc. A quantidade de açúcar nos alimentos é mostrada em “carboidratos totais”.

A Organização Mundial de Saúde – OMS recomenda que o açúcar de adição não ultrapasse 10% das calorias de uma refeição. Por isso, Ana Paula recomenda para, a dieta diária, trocar o açúcar por adoçantes naturais, como frutose, mascavo e mel, que por não serem refinados, mantêm seus nutrientes. “Ainda assim, é preciso consumi-los moderadamente”, reforça a nutricionista, que completa: “o ideal é reduzir ou substituir a quantidade diária de açúcar para que, com o tempo, o organismo não sinta a necessidade do doce”, finaliza.