Apenas um terço das vagas financiadas pelo Fies foram preenchidas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de junho de 2018 às 21:02
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:47
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Na modalidade P-Fies, contratada junto a bancos privados, apenas 800 vagas foram ocupadas no 1º semestre

No primeiro semestre de vigência, o
novo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) preencheu cerca de um terço das
vagas financiadas pelo governo, chegando a 35.866 mil.

Já a modalidade contratada junto a
bancos privados, chamada P-Fies, cuja previsão é a oferta de 210 mil vagas
neste ano, preencheu, até o momento, apenas 800, de acordo com o
diretor-executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes),
Sólon Caldas.

O novo Fies foi
anunciado no ano passado. O programa passou a ter uma modalidade financiada
diretamente pela União, voltada para estudantes com renda familiar per capita
mensal de até três salários mínimos, ou seja R$ 2.862. No total, são ofertadas
100 mil vagas nesta modalidade, das quais foram preenchidas mais de 35.866 mil
no processo seletivo do primeiro semestre. Mais 16.351 vagas estão em
contratação, ainda em curso, no âmbito do processo seletivo para vagas
remanescentes.

As outras duas modalidades incluídas no P-Fies são financiadas
com recursos de fundos constitucionais regionais e do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O risco de crédito é assumido pelos
bancos. As modalidades, no entanto, não foram muito procuradas no primeiro
semestre.

Segundo Sólon, parte da baixa adesão ao P-Fies se deu por
fatores econômicos. Com os altos índices de desemprego, os estudantes não
conseguem assumir dívidas, em parte porque as regras e os sistemas ainda
estavam sendo adequados para a oferta das vagas. O balanço refere-se aos
números de cerca de duas semanas atrás. O processo seletivo para vagas
remanescentes ainda está aberto e o número de contratos pode aumentar.

“O P-Fies precisa ser melhor comunicado, tanto para agentes
financeiros, quanto para instituições e para a sociedade. É preciso fazer uma
campanha grande, com governo, com o setor, com bancos, para mostrar como
funciona.”

Para se candidatar ao P-Fies, o estudante precisa dizer, na hora
da inscrição, que tem interesse na modalidade. Ele precisa, então, preencher um
questionário, que será encaminhado para a análise e aprovação dos bancos.

Expectativa de maior adesão

Para o diretor de vendas e marketing do Pravaler, empresa que
oferece financiamento estudantil, Rafael Baddini, a expectativa é que mais
contratos sejam fechados no segundo semestre pelo P-Fies. Segundo Baddini, a
Pravaler é responsável por cerca de 90% dos créditos aprovados pela modalidade
privada. “Essa rodada foi mais de aprendizado, porque o programa estava
saindo do chão. Acho que esse era o ponto mais importante. Pode não parecer,
mas, por trás, você tem que ligar o sitema dos bancos com o MEC, têm portarias
que precisam ser definidas. O programa saiu do chão”, afirmou.

Prazo

Está aberto desde a última quinta-feira, dia 07 de junho, o
prazo para que os agentes financeiros operadores de crédito, interessados em
participar do P-Fies no segundo semestre, façam o cadastro na internet pelo
site do Fies. O prazo termina no dia 11 de junho. Já o prazo para as
mantenedoras de ensino manifestarem interesse em participar do programa é de 12
a 20 de junho.

Fies

O Fies oferece financiamento para vagas em instituições privadas
de ensino superior. Para concorrer às vagas, o estudante precisa ter tirado
pelo menos 450 pontos na média das provas e não podem ter zerado a redação no
Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), em uma ou mais edições desde 2010.

A porcentagem de financiamento é calculada de acordo com o
comprometimento da renda do aluno, o valor do curso e comprometimento da renda
no pagamento das aulas. O estudante deverá iniciar o pagamento no mês seguinte
ao término do curso, desde que esteja empregado. O prazo máximo para pagamento
é de 14 anos.

As taxas de juros do P-Fies são determinadas pela política de
crédito dos fundos constitucionais administrados pelos bancos regionais.


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