Apenas 28% das crianças fazem atividade física durante a pandemia

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 2 de novembro de 2020 às 22:16
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 07:13
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Os pequenos deixaram de frequentar aulas presenciais e atividades extracurriculares, onde se exercitavam

Apenas 28% das crianças praticaram algum tipo de atividade física durante a pandemia. É o que indica uma pesquisa realizada pelo C.Lab, o laboratório interno de pesquisas da Nestlé, a pedido da marca Nescau, informa o jornal “Extra”.

O estudo foi feito com mais de 500 famílias brasileiras e mostrou que, antes da quarentena, 73% das crianças realizavam alguma atividade física ou esporte.

Por causa do isolamento social necessário para diminuir a transmissão da Covid-19, os pequenos deixaram de frequentar as aulas presenciais e atividades extracurriculares, onde normalmente se exercitavam.

“As atividades físicas são importantes para o desenvolvimento motor, para o crescimento e fortalecimento ósseo das crianças, além de contribuir para o desenvolvimento de habilidades importantes do seu aspecto intelectual”, frisa Glaucio Monteiro, fisioterapeuta do Núcleo Silvestre de Saúde e Prevenção.

De acordo com pesquisas divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que crianças e adolescentes realizem 1h de atividades físicas diariamente. 

Segundo André Messias, professor de educação física, especialista em educação e mestre em ciências cardiovasculares, os exercícios feitos regularmente geram muitos benefícios na saúde das crianças.

“Melhoria da pressão arterial, evitando que a criança fique hipertensa, controle do peso, pois sabemos que a obesidade em crianças tem crescido bastante, prevenção do diabetes, que acomete muitas crianças… Existem muitos benefícios para o sistema fisiológico, psicológico e social das crianças e adolescentes. Então, é mais do que importante estimular a prática de atividades físicas, pois uma criança ativa se tornará um adulto saudável”, observou André Messias.

Além da questão física, a quarentena causa impactos na saúde emocional das crianças. De acordo com o estudo do C.Lab, os principais sentimentos identificados nelas foram ansiedade (57%), tédio (53%), preguiça (38%) e solidão (22%).

“Temos visto no consultório muitas crianças com alterações no sono, no apetite, algumas comendo exageradamente e outras menos do que precisam. Algumas crianças estão apresentando medo, ansiedade e agressividade”, lista Angelo Gagliardi Jr, pediatra e diretor médico da Clipe Clínica Pediátrica.

Os pais têm papel fundamental na mudança de comportamento dos pequenos neste período sem aulas.

“Essa é uma chance para que pais, avós e outros adultos que moram com crianças possam interagir com elas. Há uma série de atividades que podem ser feitas dentro de casa, mas elas precisam ser prazerosas”, ressalta André Messias, professor de educação física.