Álcool gel desaparece das prateleiras e frasco está 5 vezes mais caro. Onde tem

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de março de 2020 às 16:26
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:29
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Preço padrão de R$ 6,90 passa para R$ 30,00 e Procon diz que vai levar comerciantes para a cadeia

Em alguns estabelecimentos o produto já sumiu das prateleiras e os comércios que ainda possuem estão limitando a venda por cliente. 

Outros, na maior cara de pau, exploram o medo das pessoas, que seguem as orientações médicas e dos governos municipais, estaduais e federal, e vão em busca dele: trata-se do álcool 70º INPM em gel.

De R$ 6,90 que era o preço padrão antes das orientações médicas e governamentais e das buscas desenfreadas, o produto agora está sendo vendido por cerca de R$ 30,00. O álcool 70º é considerado essencial na higienização das mãos.

Alguns comerciantes ainda têm coragem de expor a “promoção” em tabuletas nas portas de seus estabelecimentos. Nem é preciso dizer que muitas pessoas compram, porque precisam, mas saem revoltadas pela exploração.

Uma consumidora que chamou a atenção do Jornal da Franca, disse que se fosse um produto supérfluo, cuja aquisição fosse opcional ou só por gosto, tudo bem. 

Acontece que, segundo ela, o álcool em gel 70º é um produto essencial para fazer a higiene das mãos e tentar evitar a propagação de vírus, que tantos danos causam às pessoas e à saúde pública. 

As pessoas querem e estão fazendo a parte delas nessa cruzada contra o vírus, buscando evitar a proliferação de casos e a hospitalização delas ou de qualquer parente próximo. 

Acontece que a falta de escrúpulos está entranhada em muitos que não perdem uma oportunidade de se dar bem, qualquer que seja a situação: feliz ou trágica.

Já teve caso do Procon levar para a delegacia empresário que estava vendendo o álcool gel 70º pelo valor de R$ 30,00. Com a ajuda das pessoas, cansadas de serem exploradas, os fiscais do órgão estão cada vez mais atuantes.

Além de água e sabão, o álcool gel é o produto mais recomendado para a higienização das mãos na prevenção ao coronavírus.

Por isso, o produto passou a ser uns dos itens mais procurados em supermercados e farmácias de todo o país. Por isso alguns exploram

De olho nas variações de preços, o Procon Estadual dará continuidade, a partir desta terça-feira, a uma fiscalização para observar os valores cobrados na venda de álcool gel e máscaras, itens básicos de prevenção contra o coronavírus.

O trabalho é desenvolvido da seguinte forma. Os agentes do Procon pegam o preço praticado desses produtos no sistema, bem como entram no estoque e observam se tem ou não os produtos para venda.

“Em um documento, anotamos o preço de revenda e agora estamos esperando chegar a nova aquisição de álcool em gel e máscaras, quando iremos solicitar as notas fiscais da compra atual para comparar com o valor do estoque anterior”, ressaltou um fiscal do Procon.

“Se não houver diferença de preço, não há motivos para que os comerciantes aumentem o valor, porque não se pode tirar vantagem excessiva do consumidor em virtude de uma situação de risco à saúde mundial, como ocorre nesse momento por causa do coronavírus”, afirmou o fiscal.

Em caso de super preço, o Procon orienta os consumidores a fazer denuncias sobre os estabelecimentos que estão praticando abuso no preço. É possível até dar cadeia para o comerciante.

Se constatada a infração, o estabelecimento pode responder a processo administrativo e ser multado em até R$ 10.118.679,45, indica o Procon.

Caso se depare com algum valor de produtos ou serviços relacionados ao coronavírus que considere abusivo, o consumidor pode registrar denúncia pelo aplicativo ou pelo site do Procon-SP. 

Os residentes em cidades com DDD 11 também podem ligar para o número 151.

A produção da Companhia Nacional do Álcool (CNA), maior fabricante brasileira de álcool em gel, vai saltar de 120 mil frascos de 400 gramas por mês, antes da epidemia de coronavírus, para mais de 6 milhões em março, segundo estimativa da empresa. 

Para atender à nova demanda, a força de trabalho foi ampliada em cerca de 50% e a produção passou a ser ininterrupta.

Em fevereiro, quando foi confirmada a primeira infecção no Brasil, 1,2 milhão de unidades haviam sido vendidas. A demanda por álcool em gel deve ser ainda maior nos meses seguintes. 

Para abril, a CNA planeja iniciar a quarta e a quinta linhas de fabricação.

“Nossa preocupação é conseguir atender ao mercado dentro de uma crise tão grave”, afirmou o presidente da empresa, Leonardo Ferreira.

Ele garante que a companhia não aplicou aumento de preço aos produtos que vende ao mercado.

Em várias cidades do país, há relatos de desabastecimento de álcool em gel em farmácias e supermercados. Especialistas orientam que lavar bem as mãos com água e sabão também é eficaz para se prevenir da contaminação.

Para conter a disseminação da epidemia, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) emitiu orientações aos estabelecimentos.

Entre elas, a de que clientes comprando antitérmicos e antigripais deverão ser abordados para identificação de eventuais sintomas compatíveis com os do coronavírus.


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