Eleição revela novas lideranças políticas com naufrágio de “veteranos”

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 9 de outubro de 2018 às 17:27
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:04
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Delegado Davi, Kaká e Cristiany de Castro tiveram, juntos, quase 70 mil votos para deputados

​Roberto Engler (PSB) foi eleito para mais um mandato na Assembleia Legislativa com uma evidente queda na popularidade, na votação e no prestígio com a população francana, o que denota claro declínio político. Perdeu, de uma eleição para outra, mais de 50 mil votos.

Gilson de Souza (DEM) usou seu nome, sua influência política, seu cargo e bastante recurso financeiro para tentar eleger Gilsinho, seu filho, como deputado pelo PRB. Obteve pífios 16 mil votos e o rapaz ficou longe de uma vaga na Câmara Federal.

Os dois veteranos políticos têm que encarar a realidade de frente. Estão desgastados e já não contam mais com o apoio popular de outrora. No popular, deveriam começar a pensar em pendurar o chapéu e dar lugar para novas forças.

Pelo menos três lideranças políticas surgiram nestas eleições. Juntos, embora tenham disputado eleições separadas, Delegado Davi (PR), Kaká (PSDB) e Cristiany de Castro (PR) obtiveram quase 70 mil votos. O primeiro, a deputado federal, e os demais saíram a deputado estadual.

Delegado Davi foi prefeito em Buritizal. Lançou-se candidato a deputado federal e trabalhou muito para ser eleito. Obteve, no total, mais de 19 mil votos em Franca e na região. 

Não se elegeu, mas deu o recado: seu desempenho nas urnas o habilita para sonhos futuros, como a vereança em Franca, onde mora atualmente, ou até mesmo a prefeitura da cidade, até porque conta com o forte apoio da irmã, a deputada estadual eleita, Delegada Graciela (PR).

Sua votação em Franca passou de 13 mil votos, superando o ex-prefeito Alexandre Ferreira (SL) e o próprio Gilsinho. Foi o quarto mais votado de Franca e alertou o foco dos observadores políticos para si.

Kaká também não se elegeu. Mas obteve 21 mil votos, sendo 17 mil deles em Franca. Por ser sua primeira eleição, teve um bom desempenho, perdendo somente para os deputados eleitos, mas bem próximo de Engler, que teve 24 mil e mais distante de Graciela, a mais votada da cidade, com 50 mil votos.

Cristiany de Castro obteve 24 mil votos, sendo perto de 20 mil fora de Franca. Mas, na cidade, conseguiu os votos de quatro mil pessoas, o que a coloca como a sexta mais bem votada de Franca. Ela também é nome forte para as eleições de vereador, daqui a dois anos. Atualmente, seu domicílio eleitoral é São José da Bela Vista, mas a transferência para Franca pode ser feita a qualquer tempo.

Passado o pleito, fica o alerta: enquanto alguns estão chegando, outros precisam entender que tudo na vida uma hora tem que parar. Até na política.

(Caio Mignone)


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