Consumidores que optam por Clique & Retire em compras online são 20%

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de setembro de 2018 às 12:55
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:02
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Bem-sucedida, a previsão é que a modalidade terá o tempo reduzido para 24 horas até o fim de 2018

Há três anos, os
clientes do Magazine Luiza têm a opção de comprar produtos pelo site da rede e
retirar na loja em dois dias. Bem-sucedida, a previsão é que a modalidade
“Clica & retira” (do inglês click-and-collect), terá o tempo de retirada
reduzido para 24 horas até o fim de 2018.

Hoje, em São Paulo,
o prazo de entrega de itens pequenos já é, na maioria dos casos, de menos de 24
horas. Mas a estratégia não para por aí: planejando os próximos passos, em
agosto passado a varejista testou, por um dia, o sistema de entrega em apenas
duas horas em 61 lojas no Brasil.

Apesar de a maioria
dos consumidores que compra pela internet ainda receber as compras em casa, 20%
optam por retirar produtos nos Correios ou lojas físicas. Em certas categorias
-como livros, games, celulares e vestuário -, ou em cidades específicas, a
modalidade já bate nos 50%.

A conclusão é do
estudo “Click-and-collect: a visão dos varejistas e do shopper sobre a
tendência do clique e retire”, elaborado pela MindMiners em parceria com a
Shopper Vista e conduzida em maio passado com mil entrevistados em todo o
Brasil.

Consolidada nos
Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Japão, nesses países o clique e retire
responde por 51% das operações online.

Por aqui, virou
tendência principalmente pela necessidade de lidar com o abandono de carrinho
das transações online, geralmente em razão dos altos custos de frete – motivo
de desistência da compra para 81% dos consumidores, segundo a pesquisa.

“É um segmento que
ainda não é rentável, e refém de estímulos criados anteriormente para
promovê-los, como é o caso do frete grátis”, diz Danielle Almeida, diretora de
marketing da MindMiners, lembrando que o clique e retire resolve outros
problemas que envolvem a compra online, como a necessidade de ter pessoas em
casa para recebê-la.

E a modalidade
ganha cada vez mais força, por vários motivos. Para 42% de consumidores que têm
hábito de compra mensal, 39% responderam que comprar online é mais barato.

O desejo por
entrega rápida e o alto custo do frete também puxam o avanço – tanto que os
prazos para retirada já agradam 59% deles. Já outros 92% afirmaram que
comprariam mais se o frete fosse mais baixo.

Com a projeção de
que o Brasil terá 60,4 milhões de compradores digitais até 2022 (dados da consultoria
global eMarketer), uma alta de 34,8% ante 2018, a expectativa é que tendência
se consolide juntamente com o crescimento do e-commerce, sinaliza a executiva
da MindMiners.

“O clique e retire
leva o consumidor para a loja”, afirma. “Isso significa que, se bem preparadas,
as varejistas poderão aproveitar essa oportunidade para vender mais.”

Benefícios x Desafios

Outros dados
apurados pela pesquisa da MindMiners quanto aos hábitos de compra online
mostram que 44% dos consumidores optam pelo clique e retire para não pagar
frete.

Já entre os 31% que
não optam, o motivo é a falta de opção na loja. Daí a oportunidade para o
varejo.

Os números dão
pistas disso: o levantamento apurou que esses 20% da modalidade já ajudam a
aumentar

em 5% o lucro das
empresas que oferecem a opção. Isso porque 25% das pessoas que vão à loja
acabam comprando outros produtos no momento da retirada

Ou seja, o aumento
no fluxo ajuda a criar vendas adicionais – uma espécie de empurrão na venda,
com potencial para minimizar a queda de fluxo nas lojas físicas, que devem se
tornar minicentros de distribuição, segundo alguns insights da pesquisa da
MindMiners.

O Magazine Luiza,
onde 20% do total das compras do site são retiradas na loja, já está preparando
suas unidades para isso. Segundo a varejista, seus 856 pontos de venda já estão
sendo reformuladas para que 30% do espaço seja destinado ao estoque.

Esse é o processo
que será finalizado em 2018. “A ideia é que mais pessoas possam retirar itens
na loja”, informou.

Lockers, hotéis,
lavandeiras, postos de gasolina, transportadoras e varejos de bairro, são
opções de parceiros dos lojistas para retiradas de produtos comprados na
modalidade.

Assim como a
indústria: segundo a pesquisa, fabricantes como a Whirpool -dona das marcas
Brastemp e Cônsul -têm menos de 20% de seu portfólio disponível em lojas, que
se tornam ponto de retirada de compras online.

Mas, como todo
processo de consolidação, o clique e retire ainda enfrenta alguns desafios
segundo Danielle Almeida. Não apenas as pequenas, como também as grandes
empresas enfrentam dificuldades para implementar a modalidade.

As dificuldades
logísticas e a necessidade de ter pontos fisicos em diversos locais são alguns
exemplos. Outro ponto é a própria integração de sistemas. “Há varejistas
que possuem sistemas independentes para vendas online e em loja física”,
afirma. “Integrar esses dois mundos é que fará o clique e retire se tornar uma
realidade”, finaliza.


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