Dietas com pouco carboidrato podem reduzir expectativa de vida

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de agosto de 2018 às 17:52
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:57
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Resultados da pesquisa na revista médica The Lancet colocam em dúvida a moda das dietas ‘paleolíticas’

As pessoas de meia-idade que
obtêm quase metade de suas calorias diárias dos carboidratos vivem vários anos
a mais em média do que aquelas que seguem dietas com muita carne e pouco
carboidrato, de acordo com um estudo publicado nesta sexta-feira, 17 de agosto.

Os resultados da pesquisa, publicada na revista médica
The Lancet, colocam em dúvida a moda das dietas “paleo”, uma
tendência na Europa e na América do Norte, que que evitam os carboidratos em
benefício das proteínas e gorduras animais.

Os defensores das “dietas paleolíticas” alegam
que a mudança rápida, há 10.000 anos com o surgimento da agricultura, dos
grãos, dos laticínios e dos legumes, não deu tempo suficiente ao corpo humano
para adaptar-se a estes alimentos ricos em carboidratos.

O estudo considera uma alimentação com poucos
carboidratos aquela na qual estes proporcionam menos de 40% do total de
energia, embora muitas dietas deste tipo diminuam esta proporção a 20% ou
menos.

No lado oposto, um percentual
igual ou superior a 70% de energia procedente dos carboidratos – massa, arroz,
entre outras – também pode reduzir a longevidade, mas de maneira menos intensa,
de acordo com os cientistas. “As dietas com poucos carboidratos que os
substituem por proteínas ou gorduras são cada vez mais populares como
estratégia saudável ou de perda de peso”, destaca a coordenadora do
estudo, Sara Seidelmann, pesquisadora no Brigham and Women’s Hospital de
Boston. “Nossos dados, no entanto, sugerem, que uma dieta baseada nos
produtos animais e baixa em carboidratos pode estar associada a uma expectativa
de vida menor e não deveria ser incentivada”, explica.

Seidelmann e outros cientistas
examinaram os históricos médicos de 15.500 pessoas com idades entre 45 e 64
anos quando iniciaram uma pesquisa sobre saúde – entre 1987 e 1989 – em quatro
pontos diferentes dos Estados Unidos.

Os
participantes responderam questionários detalhados sobre seus hábitos
alimentares. Ao longo de 25 anos, mais 6.000 deles faleceram.

Os
homens e mulheres que obtinham entre 50% e 55% de suas calorias dos
carboidratos viveram em média quatro anos a mais que as pessoas com dietas
reduzidas em carboidratos, e um ano a mais que aquelas com alimentação de
índice elevado em carboidratos.


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