Morre o maestro Ronaldo Faleiros, criador da fanfarra da escola “João Marciano”

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 27 de agosto de 2021 às 12:00
  • Modificado em 27 de agosto de 2021 às 16:34
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Ronaldo Faleiros também criou a Banda Marcial da escola “Júlio Cardoso” e também criou a Federação Nacional das Bandas e Fanfarras

Ronaldo Faleiros, incentivador cultural e entusiasta de bandas e fanfarras, deixa um grande legado

Morreu na manhã desta sexta-feira (27) o regente Ronaldo Faleiros, vítima de falência múltipla dos órgãos, em decorrência de enfisema pulmonar e infecção.

Ronaldo Faleiros tem seu nome ligado ao movimento cultural de Franca e de todo o Brasil.

Sua história se mistura a movimentos pioneiros e sempre de destaque.

No final dos anos 60, ele criou o Núcleo Astronáutico Francano, um grupo de jovens com inteligência superior, que começou a fabricar pequenos artefatos astronáuticos.

A área onde está construído o Lanchão foi utilizada como base de lançamentos de seus artefatos, que atingiam grandes alturas.

Segredo levado com ele, Ronaldo se correspondia com a NASA e conseguiu amostras de combustível sólido que impulsionava seus foguetes, que tinha entre um e dois metros de altura e chegavam a grandes altitudes.

O Núcleo Astronáutico Francano colocou Franca no cenário nacional, tema de matérias do jornalista Saulo Gomes na TV Tupi, então líder de audiência.

Até que o movimento ficou grande demais e foi alvo da Aeronáutica, que vetou a continuidade das experiências.

Depois disso, Ronaldo Faleiros foi trabalhar com sua paixão: a música. Montou a primeira fanfarra musical da escola “João Marciano de Almeida”, alcançando sucesso nacional.

Foi convidado a criar a Banda Marcial da escola “Júlio Cardoso”, colocando o nome em evidência em todo o Brasil. Participou e venceu inúmeros campeonatos de bandas, gravando um disco nos Estúdios Eldorado, em São Paulo.

Na região, Ronaldo Faleiros foi regente da fanfarra da escola “Jorge Faleiros”, de Patrocínio Paulista e praticamente criou o Centro Cultural de Ituverava, movimentando o cenário cultural daquela cidade, com shows, peças teatrais e inúmeras exposições artísticas.

Quando Orestes Quércia ganhou a eleição para o governo de São Paulo, em 1986, nomeou Ronaldo para um cargo de destaque na Secretaria de Cultura, onde ficou por 8 anos, incentivando os campeonatos locais, regionais e nacional de bandas e fanfarras.

De São Paulo, ele foi para Brasília, onde criou a Federação Nacional de Bandas e Fanfarras, período de intensa movimentação no cenário nacional.

O trabalho em Brasília foi coroado com a criação de uma lei que estabelece o ensino musical nas escolas de todo país, que, infelizmente, não é aplicada.

Por seu trabalho, Ronaldo Faleiros recebeu a Medalha do Pacificador, outorgada pelo Exército Brasileiro.

Ronaldo era filho de Sebastião Faleiros e de Maria Helena Oliveira Faleiros. Foi casado com Branca Barcarollo, com quem teve os filhos Eric, Karen e Herbert. Tinha o irmão Renato Faleiros, jornalista que fez carreira na Folha de São Paulo, Gazeta Mercantil, revista Veja, e nas Redes Cultura e Globo, onde foi comentarista político e que ainda hoje atua no eixo São Paulo-Brasília.