​Herrar é umano

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 2 de março de 2017 às 18:27
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:07
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O erro no título do artigo de hoje foi proposital, claro. Um risco calculado. Mas quantas vezes o medo da repercussão de uma falha fez com que recolhêssemos as asas da imaginação e com os pés no chão buscássemos o lugar comum, algo mais seguro?

Vivemos tempos de nos mostrarmos perfeitos 24h. Aplicativos para retocar a selfie não faltam. Ando até com medo de passar pela pessoa que sou amigo no Facebook e não a reconhecer.

Ah! Mas se alguém coloca os verdadeiros sentimentos para fora vem logo uma mensagem inbox dizer que não podemos ser tão sinceros assim, que há headhunters de olho no que publicamos nas redes sociais.

Elbert Green Hubbard foi um filósofo e escritor norte-americano. Famoso por ser o autor do famoso ensaio Mensagem para Garcia, disse certa vez que “o maior erro que você pode cometer, é o de ficar o tempo todo com medo de cometer algum“.

Antigamente, se você fazia uma piada e ela não era boa, no dia seguinte ninguém mais se lembrava dela. Hoje a piada ruim fica tatuada na internet (nos prints) e você levará consigo a marca do erro, mesmo daqui a 10 anos, quando a vida lhe trouxer mais maturidade e você desejar não ter feito aquela piada ruim.

Mas somos humanos. E errar é humano (grafia certa, agora). Então temos que ter cuidado antes de começar a atirar pedras em todos. Se a pessoa fez algo errado, ou disse algo desastroso, não a reduza a pó. Aliás, você já leu esse meu artigo sobre “As dificuldades da sociedade atual em assumir os seus erros“?

Ninguém merece, por um erro, ser reduzido, diminuído. Não se coloque como juiz dos outros, mas antes, examine-se a si mesmo. E fazendo uso de outra expressão Bíblica: Não julgueis para que não sejais julgados.

O erro, o acerto e os riscos andam juntos, claro.

E quando falamos em inovação e novos produtos existe uma fase BETA para testes A-B. E se o A não deu certo não significa um erro, mas um indicativo que você testar o B..,talvez o C ou o D.

A gente ouviu dos pais é que ‘errando que se aprende’. Mas como incentivar nossas crianças a serem criativas a fazerem algo novo se estamos sempre as corrigindo sem antes mesmo delas tentarem fazer a mesma coisa de maneira diferente?

O erro não é o mesmo que fracasso. O erro é um caminho para o acerto. Na verdade, aprender a “cultura do errar” faz com que você tenha mais chances de ser bem sucedido na sua próxima tentativa.


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