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Prefeitos eleitos com sonhos de prosperidade já perdem noites de sono em busca de soluções para evitar a proliferação do coronavírus
Prefeito fica frustrado de ser uma cópia de Odorico Paraguaçu e ter de ampliar o cemitério
“Não era o que eu queria, mas [a ampliação do] cemitério da cidade está sendo a minha primeira obra. Ele está pequeno. Muitas pessoas estão falecendo num curto espaço de tempo.”
O lamento é de Cícero José Fernandes do Carmo, prefeito de Alcantil, município de pouco mais de 5 mil habitantes no interior da Paraíba.
Aos 29 anos, o bacharel em direito, empresário e pecuarista ocupa um cargo eletivo pela primeira vez.
No último boletim divulgado pela prefeitura de Alcantil, datado de 7 de abril, a cidade somava 260 casos confirmados, com 28 ativos. As oito mortes decorrentes do coronavírus ocorreram neste ano.
“Abalou muito a cidade”, diz o prefeito. “De uma semana para cá, estão aumentando muito os casos. Eram sempre cinco ou seis ativos. Agora estamos no momento mais grave desse vírus.”
Para piorar, a cidade não conta com hospital, apenas um posto de saúde. Carmo diz estar fazendo “das tripas coração com o dinheiro que tinha em caixa” para construir uma “ala covid” na unidade de atendimento de saúde.
“Para que os pacientes recebam os primeiros-socorros [separadamente]”, explica. “Hoje quem está doente vai ao posto e contamina outros pacientes.”
“O desafio é grande. Em cidade pequena, o prefeito é tudo: tem de ser psicólogo, um pouco médico, um pouco professor. Morador à noite quando adoece liga para mim”, conta ele.
“Está sendo um desafio grande. Eu não imaginava que seria assim.”