Violência: em 12 meses, uma a cada cinco mulheres sofreu agressão

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 26 de novembro de 2019 às 00:56
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:04
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Essa é a média de mulheres entre 15 e 49 anos que sofreram violências física ou sexual de seus companheiros

​A ONU Mulheres apresentou nesta terça-feira, 26 de novembro, o relatório “O Progresso das Mulheres no Mundo 2019-2020: Famílias em um mundo em mudança” que mostra que 17,8% das mulheres no planeta, ou cerca de uma de cada cinco, relataram violências física ou sexual de seus companheiros nos últimos 12 meses.

Por sua parte, a América Latina e o Caribe respondem por 11,8% dos casos, enquanto o leste e o sudeste da Ásia totalizam 9%.

O documento ressalta a diversidade familiar existente no mundo e faz recomendações para garantir políticas para responder às necessidades dos seus membros mais vulneráveis, especialmente mulheres e meninas, já que as famílias são “locais de profunda insegurança” para elas e é também onde existem mais chances de viver agressões.

O texto defende que as leis deveriam ser reformadas para reconhecer os direitos das mulheres no casamento, no divórcio e na custódia dos filhos, de forma que tenham maior e melhor garantia para sair de situações violentas ou abusivas.

No que se refere à migração, um dos contextos nos quais estes efeitos podem ser vistos com maior clareza, a ONU vê como “fundamental” que as permissões de residência para elas não dependam da situação dos seus parceiros. Além disso, propõe assegurar o acesso feminino à renda independente.

“Hoje em dia, há muitos indicadores de que as mulheres são cada vez mais capazes de exercer sua vontade e sua voz dentro das suas famílias”, contextualiza a ONU, logo no início do relatório, citando na explicação o aumento da idade para casamento, o reconhecimento de outras formas de família e a redução da taxa de natalidade.

Além disso, de acordo com os dados da ONU Mulheres, só 38% das famílias atuais no mundo são formadas por um casal com filhos, enquanto as ampliadas – com outros parentes, como avôs – representam 27%.

As famílias monoparentais (8% do total) são na grande maioria lideradas por mulheres e cada vez há mais famílias formadas por casais homossexuais.

“A partir das nossas pesquisas e das provas que dispomos, sabemos que não existe uma forma de família ‘normal’ e que, de fato, nunca existiu”, destacou a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka.

O relatório sugere diferentes campos nos quais avançar para se adaptar a estes tempos em transformação. Entre eles, criar leis familiares baseadas na diversidade e na igualdade de oportunidades, assegurar a igualdade de gênero e serviços bons e acessíveis de apoio a famílias, garantir o acesso feminino a uma renda independente dos homens e diminuir as diferenças no tempo dedicado às tarefas domésticas, majoritariamente feitas por elas.


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