Estudo aponta queda na disseminação de notícias falsas no Facebook

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de setembro de 2018 às 22:00
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:01
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Fontes de conteúdos falsos foram comparadas com páginas e perfis de veículos tradicionais e pequenos de mídia

Interações com
perfis disseminadores de notícias falsas caíram no Facebook nos últimos dois
anos, mas cresceram no Twitter, segundo um artigo publicado por pesquisadores
em um estudo sobre desinformação da Universidade de Stanford, nos Estados
Unidos.

Os autores analisaram 570 sites dos Estados Unidos classificados
por eles como produtores de conteúdo falso entre janeiro de 2015 e julho de
2018. As fontes de conteúdos falsos foram comparadas com páginas e perfis de
veículos tradicionais e pequenos de mídia bem como de cobertura segmentada em
temas como negócios e cultura.

Segundo a análise, o engajamento (likes, compartilhamentos e comentários) com mensagens
desses sites cresceu
entre janeiro de 2015 e os meses finais de 2016, logo após as eleições
presidenciais dos Estados Unidos. O grupo de sites estudado teve nível de engajamento semelhante às
38 principais páginas de mídia verificadas na pesquisa.

A partir de 2017, as
interações caíram mais de 50% no Facebook. No fim de 2016, a plataforma chegou
a ter picos de 200 milhões de interações por mês no conjunto dos sites analisados. A
média caiu para 70 milhões de engajamentos por mês. “Embora as evidências
sejam longe de definitivas, nós vemos como consistente a ideia de que a
magnitude geral do problema da desinformação pode ter reduzido, pelo menos
temporariamente, e que os esforços do Facebook após as eleições de 2016 para
limitar a difusão de desinformação podem ter tido um impacto significativo”,
dizem os autores no texto.

Desde dezembro de 2016, o Facebook anunciou um conjunto de
medidas que teriam como objetivo barrar a difusão de desinformação dentro da
plataforma. Foram celebrados acordos com agências de checagem, marcação de
conteúdos como falsos, redução do alcance dessas mensagens e derrubada de
contas falsas.

Apesar disso, os
pesquisadores alertam que os níveis de engajamento com notícias falsas
continuam altos e que o Facebook tem um papel importante nessa disseminação. O
número de 70 milhões de interações por mês nesses sites de notícias falsas foi considerado pelos autores
uma média considerável de reações, compartilhamentos e outras formas de
circulação de conteúdos enganosos.

Twitter

Já no Twitter, entre 2017 e 2018 os autores do estudo
identificaram uma ampliação de reações, compartilhamentos e outras formas de
interação com mensagens enganosas. Enquanto a média mensal de compartilhamentos
estava em 2 milhões em janeiro de 2015, em julho de 2018 ela havia chegado a
quase 6 milhões por mês.

Na comparação de interações entre Facebook e Twitter, a
proporção teve uma queda considerável, saindo de 45:1 (45 engajamentos no
Facebook para 1 compartilhamento no Twitter) em 2016 para 15:1 no meio de 2018.

No início do mês, o diretor executivo do Twitter, Jack Dorsey,
depôs a um comitê do Senado nos Estados Unidos quando admitiu que a empresa não
lidou adequadamente com o problema da desinformação e que não estava preparada
para o fenômeno. A plataforma vem focando sua atuação na derrubada de contas
falsas, não tendo adotado medidas como a identificação de conteúdos
questionados por agências de checagem, como Facebook e Google.


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