​Setor calçadista do Brasil já tem mais de 26 mil pessoas desempregadas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de abril de 2020 às 23:05
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:39
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O estado que mais perdeu postos no período foi São Paulo, com 7,9 mil demissões, 30% do total

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) estima a perda de 26,5 mil postos em todo o Brasil, entre os dias 23 de março e 28 de abril. 

O estado que mais perdeu postos no período foi São Paulo, com 7,9 mil  demissões, 30% do total. 

Na sequência aparecem Rio Grande do Sul, com 7,6 mil  postos perdidos, e Minas Gerais, com a perda de 5 mil postos. 

Em Santa Catarina, estima-se a perda de 2,5 mil postos no período. 

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, comenta que o quadro é proveniente de uma brusca queda nos pedidos entre março e abril em função da pandemia do novo coronavírus.

“Além do varejo estar fechado, portanto sem fazer novos pedidos, tivemos problemas com pagamentos e cancelamentos, inclusive para exportação”, avalia o dirigente.

Ele ressaltou que se estima uma queda de 22,5% no consumo mundial de calçados ao longo de 2020. 

A pesquisa realizada pela Abicalçados também revela que o setor deve encolher pelo menos 49% no segundo trimestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. 

A queda será somada a um revés de 14,2% nos primeiros três meses do ano, o que deve resultar em uma retração de pelo menos 31,8% no primeiro semestre. 

Após uma estimativa positiva divulgada no início de 2020, de crescimento de até 2,5%, a crise provocada pelo avanço da pandemia fez com que a expectativa fosse revisada para uma queda de mais de 26% em relação a 2019.

Exportações

Além do impacto no varejo brasileiro, as exportações de calçados também foram afetadas. 

Após uma queda de 8,5% no primeiro trimestre em relação a igual período do ano passado, os embarques devem cair, pelo menos, 46,4% no segundo trimestre, conforme projeções da Abicalçados. 

Com isso, no primeiro semestre o revés pode ficar em 23,2%, com o ano fechando com retração de 27,3%, sempre na relação com igual período do ano passado.


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