Radioterapia ultrarrápida pode tratar câncer sem efeitos colaterais

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 21 de novembro de 2020 às 04:05
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 09:02
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​Tratar o câncer sem efeitos colaterais debilitantes é o Santo Graal de todos os oncologistas

Tratar o câncer sem efeitos colaterais debilitantes é o Santo Graal dos oncologistas.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) e da Universidade de Lausanne (Suíça) podem ter descoberto esse tesouro longamente procurado.

Pierre Gruel e seus colegas usaram uma dose ultra-alta de radiação para eliminar completamente tumores cerebrais em animais de laboratório, evitando os principais efeitos colaterais geralmente causados pela irradiação craniana.

A radioterapia tradicional envolve expor a área afetada por um tumor – e o tecido normal próximo – à radiação por vários minutos de cada vez.

Esta nova técnica experimental, batizada de radioterapia FLASH (FLASH-RT), ao contrário, permite a administração da mesma dose em apenas alguns décimos de segundos. 

A velocidade de aplicação elimina muitas das toxicidades que normalmente atormentam os sobreviventes do câncer muito depois dos tratamentos de radiação, diminuindo significativamente os efeitos colaterais, como inflamação e prejuízos à cognição.

Como na radioterapia tradicional, os pesquisadores fracionaram a dose – dividiram o total em várias sessões. 

Usando o FLASH-RT, eles descobriram que a mesma dose total de radiação fornecida em taxas de dose mais rápidas elimina os tumores cerebrais com a mesma eficácia do método tradicional.

“Isso é muito importante, uma vez que o fracionamento é o padrão na clínica e a maneira mais fácil de transferir o FLASH-RT para o nível clínico,” disse a professora Marie-Catherine Vozenin.

Tratamento de outros cânceres​

Embora este primeiro teste tenha-se concentrado no cérebro, a equipe explica que o FLASH-RT já está sendo avaliado para tratar câncer de pulmão, pele e intestino, igualmente evitando muitas das complicações induzidas pela terapia com radiação. 

Esses estudos adicionais foram bem-sucedidos em vários tipos de animais, incluindo peixes, camundongos, porcos, gatos e em um primeiro paciente humano.

“Não é demais esperar que, em 10 anos, este tratamento possa se tornar uma opção generalizada para pacientes de radioterapia em todo o mundo,” disse o professor Charles Limoli.

*Informações Diário da Saúde


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