Quase 30% dos brasileiros usaram nome de amigos e familiares para compras em 2021

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 31 de outubro de 2021 às 08:30
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Falta de crédito ou de uma reserva de emergência são as principais razões apontadas por quem precisou recorrer a terceiros

Sem reservas para emergências, brasileiros precisam recorrer a ajuda de terceiros

 

Uma pesquisa mostra que 29% dos brasileiros usaram nomes de amigos e familiares nos últimos doze meses para fazer compras.

É o que aponta um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Sebrae.

A falta de crédito ou de uma reserva de emergência são as principais razões apontadas por quem precisou recorrer a terceiros.

Segundo o levantamento, 23% dos entrevistados elencaram o CPF negativado e o limite de cheque ou cartão estourado como as causas.

A maioria das pessoas, 23%, ajuda terceiros emprestando o cartão de crédito, depois, a forma mais comum é o empréstimo de cartões de lojas (4%).

E na escolha de a quem buscar para uma emergência financeira, 23% pediram aos pais, 21% aos cônjuges, 20% a outros familiares, 17% aos irmãos e 14% aos amigos.

O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, José César da Costa, alerta que é preciso refletir sobre a responsabilidade de liberar o nome para um conhecido.

“Pode ser difícil dizer não a um amigo ou familiar, principalmente quando se alega dificuldades financeiras, mas é possível ajudar indicando a renegociação de dívidas, a reorganização das finanças ou mesmo sugerindo a venda de algum bem. O artifício do empréstimo de nome pode gerar transtornos para ambas as partes, trazendo danos financeiros, emocionais e até mesmo abalando relações de amizade e parentesco”, destaca.

A pesquisa da CNDL em parceria com o Sebrae ainda mostra que os argumentos mais usados por quem precisa pegar um nome emprestado é fazer compras em supermercados (19%), quitar uma dívida (15%), necessidade de comprar roupas, calçados e acessórios (14%), comprar itens para os filhos (11%), reformar a casa (10%) e comprar presentes para uma data especial (8%).

De acordo com o levantamento, 87% dos consumidores disseram que pagaram parcelas em dia das compras realizadas em nome de terceiros. Já 16% deixaram atrasar pelo menos uma parcela.

“Quem empresta o nome precisa entender a real necessidade do outro lado. Muitas vezes, a melhor ajuda é orientar esse amigo ou familiar a dar prioridade para o pagamento de dívidas em vez de estimular que a pessoa assuma mais compromissos, sem saber se ela terá condições de arcar com o pagamento”, orienta o presidente da CNDL, José César da Costa.

Um possível efeito é a negativação da pessoa que emprestou o nome, situação mencionada por 12% das pessoas que atrasaram os pagamentos.

Já para quem recorre à prática, a consequência é diferente. Pelo menos 30% delas relataram que estão sendo cobradas por quem liberou o CPF.

Devido às complicações que a prática pode causar, 60% das pessoas entrevistadas disseram que preferem não liberar o nome para conhecidos.

*Fonte: CNN Business


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