Preço de carros usados sobe mais de 20% – veja os modelos que mais valorizaram

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 24 de julho de 2022 às 22:00
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O mercado de carros usados seminovos está em alta e há quem consiga vender hoje seu veículo com uma valorização que passa de 20% na classe dos mais conhecidos do público

Mercado de carros seminovos está em alta – foto Tribuna do Paraná

 

O mercado de carros usados seminovos está em alta e há quem consiga vender hoje seu veículo com uma valorização que passa de 20% na classe dos mais conhecidos do público.

Mas será que vale a pena vender o veículo seminovo agora? Especialistas avaliam que pode não ser uma boa hora para comprar, mas é, sim, um ótimo momento para vender.

Ricardo Fischer, da G-Factor Consultoria, fez um levantamento dos 45 carros com valor de mercado de até R$ 100 mil — considerando os preços dos modelos 0km — que tiveram maiores valorizações ou menores perdas.

Um Chevrolet Onix Plus, por exemplo, que em 2021 foi comprado por R$ 73.255, hoje pode ser vendido por 89.485, com um ano de uso, uma variação de 22,2%.

Já um Fiat Pulse 0km, que no ano passado foi comprado por R$ 83.691, pode ser vendido por R$ 89.907 hoje, ou seja, ganho de 7,4%.

Mesmo nos casos em que o condutor não consegue vender o carro acima do preço que pagou, a perda é pequena, o que indica um bom negócio.

A redução da procura por carros 0km hoje é justificada pela produção limitada por falta de peças e oferta restrita.

Por isso, donos de usados perceberam a valorização de seus veículos acima do que acontecia em anos anteriores.

Segundo Fischer, porém, o movimento deve se estabilizar. Uma pesquisa feita com base na tabela Fipe, que é usada para balizar preços de veículos, mostra que já houve uma trava no último mês.

“Mesmo apresentando diferentes comportamentos, conforme o segmento, todos apresentaram desaceleração”.

Automóveis e utilitários, que mais sofreram com a “crise dos chips” e a baixa produção, foram os primeiros a iniciar a desaceleração.

Um segmento que despontou no período da pandemia e não parou mais de crescer foi o de motocicletas.

“O mercado de motos está aquecido e batendo recordes de vendas. Demorou um pouco mais para desacelerar e praticamente não reduziu preços”.

Ele diz ainda que a desaceleração no último mês está mais associada aos veículos usados do que aos novos. Ou seja, a oferta de 0km segue baixa, porém a demanda caiu, equilibrando o mercado.

“A renda não acompanhou a inflação, em especial a automotiva, e a Selic (taxa básica de juros) sofreu sucessivas altas no intuito de conter a inflação, aumentando os juros do financiamento”.

“Vejo o mercado chegando ao ponto de equilíbrio, e acho que os preços continuarão estáveis nos próximos meses para depois voltar a acompanhar a inflação”.

Tabela está estabilizando

Luiz Carlos Rocha Paes Júnior, da Alemão Veículos, tem a mesma visão que o executivo da G-Factor. Ele também avalia que, apesar do aumento nos últimos dois anos, a tabela Fipe agora deve cair.

“A tabela subiu cerca de 20% nesse período. Não tem como dar uma porcentagem exata, porque varia de carro para carro, mas vem mudando”, avalia Júnior.

Na loja, os veículos mais procurados são Strada, Gol, HB20, Onix e Jeep Compass.

“O valor médio vai variar de acordo com o ano e o modelo do carro. Uma Strada working 2020, por exemplo, está na faixa de R$ 66 mil”.

“Já o HB20 Confort 2017 está por volta de R$ 51 mil. Claro também que depende do estado e da quilometragem do carro”, explica.

Sobre o momento de vender o veículo usado para aproveitar a alta de preços, Júnior dá a dica:

“Depende da necessidade do dono. Se for vender para pegar o dinheiro (e investir em outra coisa), vale muito a pena. Mas se for trocar por outro automóvel, não”.

Recuperação gradativa

Um relatório da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) aponta para uma recuperação gradativa do segmento de veículos seminovos e usados, com uma média diária de vendas com aumento de 2,5% em junho.

Com relação ao resultado das vendas de maio, o setor registrou uma variação ligeiramente menor de 2,2%, puxada principalmente pelos segmentos de motos (-6,4%) e comercial pesado (-1,7%).

“Como já previsto, esses resultados com variações pontuais ainda podem acontecer, tanto para mais quanto para menos, até o fim do ano”, avalia Enilson Sales, presidente da entidade.

“Mas, ao que tudo indica, continuamos na expectativa de um equilíbrio, já que percebemos uma ligeira melhora no “estado” de atenção dos consumidores com relação à economia”, finalizou Sales.

A recuperação só não está melhor por conta da alta na taxa básica de juros (Selic), que em junho passado passou de 12,75% para 13,25% ao ano e impacta o financiamento.

Para carros 0km, a taxa já chegou a média de 26,5% ao ano, de acordo com o Banco Central (BC), com menor impacto no mercado de veículos seminovos.

“Os financiamentos representam cerca de 70% das vendas no segmento de seminovos, motivo pelo qual a taxa de juros desempenha um papel de destaque em 2022”, pontua Sales, presidente da Fenauto.

*Informações Extra

 


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