Por que dormimos? Estudo inédito responde a pergunta; confira!

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 21:00
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Dormir faz parte da fisiologia humana. Quando dormimos pouco ou mal, o cérebro passa a funcionar mal e a saúde fica comprometida. Mas, afinal, por que dormimos?

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Dormir faz parte da fisiologia humana – foto Arquivo

 

Dormir faz parte da fisiologia humana. Quando dormimos pouco ou mal, o cérebro passa a funcionar mal e a saúde fica comprometida. Mas, afinal, por que dormimos? Há décadas pesquisadores se debruçam sobre essa questão.

Agora, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Washington, em St. Louis (EUA), forneceu a primeira evidência direta que pode responder a essa pergunta.

O trabalho, publicado recentemente na revista Nature Neuroscience, mostrou que o sono reinicia o “sistema operativo” do cérebro, devolvendo-o a um estado ideal para otimizar o pensamento e o processamento, vendo o cérebro como um computador biológico cujos recursos são esgotados durante a vigília.

“O cérebro é como um computador biológico”, disse Keith Hengen, autor correspondente do estudo, em comunicado.

“A memória e a experiência durante a vigília mudam o código pouco a pouco, afastando lentamente o sistema maior de um estado ideal. O objetivo central do sono é restaurar um estado computacional ideal.”, conclui.

Comparar o cérebro a um computador complexo não é exagero. Ambos usam sinais elétricos para transmitir informações, a memória de longo prazo é como um disco rígido para armazenamento e recuperação, e nossos neurônios são semelhantes a circuitos.

No novo estudo, os pesquisadores combinaram física e biologia. A física tem um conceito chamado “criticidade”, que descreve um sistema complexo que existe no ponto de inflexão entre a ordem e o caos.

A equipe da Universidade de Washington teorizou que o cérebro age de forma semelhante.

Para testar a sua teoria sobre o papel da criticidade no sono, os investigadores acompanharam o aumento de muitos neurônios no cérebro de ratos jovens à medida que cumpriam as suas rotinas normais de sono e vigília.

“Você pode acompanhar essas pequenas cascatas de atividade através da rede neural”, disse Hengen.

Segundo ele, essas cascatas, também chamadas de avalanches neurais, refletem como a informação flui através do cérebro.

“Na criticidade, podem ocorrer avalanches de todos os tamanhos e durações. Fora da criticidade, o sistema torna-se tendencioso para apenas pequenas avalanches ou apenas grandes avalanches. Isso é análogo a escrever um livro e só ser capaz de usar palavras curtas ou longas”, explica o autor.

Como previsto, avalanches de todos os tamanhos ocorreram nos ratos que acabavam de acordar do sono reparador.

Ao longo do despertar, as cascatas começaram a mudar para tamanhos cada vez menores. Os pesquisadores descobriram que podiam prever quando os ratos estavam prestes a dormir ou acordar, rastreando a distribuição das avalanches.

Quando o tamanho das cascatas foi reduzido até certo ponto, o sono não estava longe.

“Os resultados sugerem que cada momento de vigília afasta os circuitos cerebrais relevantes da criticidade, e o sono ajuda a reiniciar o cérebro”, disse Hengen.

*Informações O Globo


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