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Ao todo, houve o sequestro e bloqueio de mais de R$ 40 milhões de reais em bens móveis e imóveis da organização criminosa,
Um dos locais onde Polícia Federal cumpriu mandados de prisão preventiva, prisão temporária e busca e apreensão (Foto: PF/Divulgação)
A Polícia Federal faz ação em seis cidades de Mato Grosso do Sul (Dourados, Campo Grande, Ponta Porã, Naviraí, Porto Murtinho, Amambai), em Franca e Maringá, nesta quarta-feira (1°).
O objetivo é desarticular um grupo criminoso expert em crimes financeiros e lavagem de dinheiro. São ao todo 44 ordens judiciais e 23 mandados sendo cumpridos, sendo eles expedidos pela 5ª Vara Federal de Campo Grande.
De acordo com a investigação, havia o funcionamento de uma empresa de investimentos em Dourados, na região sul do estado, sem Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e voltada para a captação ilícita de recursos de investidores e lavagem de dinheiro.
Ao todo, houve o sequestro e bloqueio de mais de R$ 40 milhões de reais em bens móveis e imóveis da organização criminosa, bem como valores depositados em contas bancárias dos investigados, totalizando 44 ordens judiciais.
Romeu Sierra Índia
A operação Romeu Sierra India visa o cumprimento de 2 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e19 mandados de busca e apreensão.
Ainda conforme a PF, as investigações tiveram início em 2020 após denúncia da CVM e, ao longo deste período, foi constatado que organização criminosa atuava sob a promessa de ganhos vultosos com aplicações no mercado financeiro de valores mobiliários.
Os agentes constataram que a empresa tinha um sofisticado e convincente site, onde em seu manual de investimentos explicava aos clientes a forma como trabalhava e os principais tipos de produtos oferecidos. Todos com uma rentabilidade muito acima do mercado.
A área do cliente, acessado através de login e senha individual, contava com gráficos e planilhas explicativas onde eram discriminados os valores investidos e os ganhos auferidos com as supostas aplicações em bolsa feitos pela empresa em nome dos clientes, como se de fato fosse uma corretora de valores.
Day Trader
O principal investigado, como forma de convencer potenciais investidores, se apresentava aos clientes da empresa como um dos maiores day trader do país, o que as investigações provaram não ser verdade.
Segundo levantamentos realizados, a maioria dos valores investidos no mercado de capitais resultou em grandes prejuízos para os investidores.
Ao aprofundar as buscas, a PF constatou que circularam mais de R$ 60 milhões nas contas bancárias da empresa, sendo o dinheiro encaminhado para Londres, no Reino Unido, de acordo com os próprios investigados.
A empresa investigada é alvo de dezenas de ações cíveis em todo o estado, nas quais os investidores lesados cobram na justiça a devolução dos valores aplicados e indenizações por danos morais e materiais.
O chefe do grupo também é investigado em outros estados da federação pela prática de crimes semelhantes. Uma parte considerável dos investidores lesados é composta por policiais de diversas instituições de segurança pública do estado.