Nos dias de lockdown em Franca foram 89 óbitos e 2.592 contaminados. Acaba ou não?

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 7 de junho de 2021 às 20:30
  • Modificado em 7 de junho de 2021 às 20:52
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Lockdown em Franca: seu fim ou continuidade revela a fragilidade dos setores de saúde e econômico com números realmente assustadores

Os números durante o lockdown não foram tão favoráveis como as autoridades esperavam

Legalmente, às 23h59 da próxima quinta-feira (10) deve terminar o lockdown estabelecido por decreto do prefeito Alexandre Ferreira.

A pergunta que a comunidade faz, com uma perspectiva de já antever a resposta, é se o lockdown vai terminar mesmo ou se a Prefeitura vai prorrogar sua validade.

Pelo que se sabe, o prefeito Alexandre Ferreira tem diante de si os números dos relatórios pormenorizados, elaborados diariamente pelos órgãos sanitários permanentes da estrutura da Prefeitura.

Esses mesmos números são transmitidos ao comitê de contingenciamento da pandemia, o grupo que assessora o prefeito na tomada de decisões sobre medidas de combate ao covid.

Números assustam

E os números não são nada amistosos ou simpáticos. Pelo contrário, os números assustam.

Um levantamento preliminar feito pela reportagem do Jornal da Franca, com dados do dia 27 de maio até 07 de junho, mostra que em 12 dias de lockdown foram registradas 89 mortes por covid na cidade.

Também no período de 12 dias foram registrados 2.592 novos casos de coronavírus.

Esse número é de aproximadamente 600 casos a mais do que os registrados nos 10 dias anteriores à decretação do lockdown.

Lockdown

Um médico consultado na manhã desta segunda-feira afirmou que as mortes no período do lockdown se deram por contaminações anteriores.

Assim como também ocorre com o número confirmado de contaminações, tanto no período do lockdown como no período anterior.

Esse mesmo médico diz que, por segurança futura e prevenção presente, o ideal seria esticar o lockdown por mais alguns dias.

O prefeito Alexandre Ferreira tem várias possibilidades e, ainda que se sinta seguro para decidir, sua decisão deve ser angustiante.

Caos econômico

Existe a questão da saúde pública, assim como existe o caos econômico. Essas duas vertentes estão fragilizadas.

Na saúde pública, ainda que se consiga mais leitos de UTI não há profissionais, sem falar que o dinheiro é finito – não vai dar para pagar a conta sem prejudicar outros setores da administração municipal.

(Os vereadores vão votar nesta terça-feira (08) um projeto do prefeito Alexandre Ferreira criando mais 21 leitos de UTI, que serão inicialmente custeados por Franca, mediante um ressarcimento futuro do governo do estado).

Os empresários não suportam mais a falta de faturamento nos seus negócios e o aumento da quebradeira está cada vez mais próxima – sim, alguns estabelecimentos não vão voltar às suas atividades.

Híbrido

Existe ainda a possibilidade do prefeito Alexandre Ferreira adotar um sistema alternativo ou híbrido, contemple a restrição com algumas liberações ou formatos de funcionamento, embora isso não tenha sido adiantado.

Diante de um cenário nada favorável, qualquer decisão tomada vai desagradar uma das partes. Mas essa é outra história.


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