Mercado de seguro para celular tem crescimento; veja quando vale a pena

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 31 de outubro de 2020 às 21:22
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 07:02
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Para consumidor mais exposto a furtos, pagamento de seguro pode ser uma boa ideia

A demanda por seguros para celular tem registrado crescimento, e mesmo em meio à pandemia, a expectativa do mercado é que os resultados sejam positivos este ano. 

De olho nos consumidores, grandes empresas têm apostado no lançamento de produtos desse segmento. É o caso do Mercado Pago, que anunciou este mês a entrada no mercado de seguros para celulares, em parceria com a Pitzi, startup especializada em proteção para este segmento, e a seguradora Mapfre.

Neste primeiro momento, as opções de planos de seguro estarão disponíveis para celulares seminovos, oferecendo coberturas de proteção total, contra danos ou tela e poderão ser contratadas por qualquer usuário do Mercado Pago ou do Mercado Livre. O produto estará disponível para toda a base de usuários a partir de novembro.

Em maio, a Samsung também lançou seu programa de seguros para celulares, chamado de Care+. A fabricante vai disponibilizar ao consumidor brasileiro um serviço contra roubo, danos acidentais e tela quebrada.

Nos primeiros quatro meses do ano, esse mercado registrou crescimento de 35%, segundo Luis Reis, presidente da Comissão de Seguros de Garantia Estendida e Afinidades da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).

“Normalmente, em torno de 20% das pessoas que compram um celular novo compram o seguro também. Por isso, a contratação desse serviço chegou a cair 30% no segundo trimestre, com o fechamento do comércio em razão da pandemia. Mas o mercado vem se recuperando, e estamos bastante otimistas com o final do ano, com a Black Friday e o Natal”, disse à reportagem do jornal “Extra”, do Rio de Janeiro..

Quanto custa um seguro para celular?
De acordo com Reis, o custo da apólice varia de 15% a 25% do valor do smartphone. Já o professor da Escola de Negócios e Seguros, José Varanda, estima que a média fique entre 10% a 15% do valor do aparelho, podendo chegar a 20% em planos mais completos.

Ou seja, no caso de um celular com valor de mercado de R$ 2 mil, o seguro poderia custar entre R$ 200 e R$ 500 por mês.

“Não é um seguro barato, considerando que o seguro de um carro custa aproximadamente 10% do valor do veículo’, explica a planejadora financeira Paula Sauer.

A tendência, no entanto, é que esse valor caia conforme o número de segurados aumente, segundo Luis Reis, da FenSeg. “Em geral, quanto mais se massifica o produto, a operação ganha mais escala e pode ficar mais barato”.

Vale a pena contratar?
Para José Varanda, apesar de o valor parecer alto, o investimento vale a pena considerando a taxa de furtos de aparelhos e problemas como a quebra das telas, que ocorre com frequência.

“Geralmente, quem contrata são pessoas com celulares mais caros, acima de R$ 3.500. Mas acredito que valha a pena até mesmo para celulares a partir de R$ 2 mil. Abaixo desse valor talvez não compense, mas isso depende muito do poder de compra da pessoa”, avalia.

Luis Reis acrescenta que a relação custo x benefício pode não ser tão influenciada pelo preço do celular, mas sim pelo valor que esse aparelho representa na renda da família, e na capacidade de compra de um aparelho novo, caso o atual seja danificado ou roubado.

“Os benefícios do seguro são maiores para as pessoas mais desastradas, que quebram o celular com frequência, ou que correm mais riscos, que têm maior exposição a roubo ou furto”.

Como escolher o seguro?
Segundo Reis, há basicamente três tipos de cobertura: garantia estendida, roubo ou furto qualificado, e quebra acidental. 

O mercado tem começado a oferecer também outras opções, como furto simples, que trata do desaparecimento do celular, como quando o aparelho é furtado sem que o consumidor perceba e sem deixar provas do furto.

Além disso, Varanda afirma que existem planos que cobrem o valor integral ou parcial do aparelho. Há também opções que incluem viagens internacionais, alagamento e dano elétrico.

“Pesquise bastante antes de contratar o serviço, leia atentamente as coberturas e o que a apólice não cobre. Veja também em que circunstâncias a seguradora fará o pagamento, em alguns casos, somente em caso de roubo qualificado ou roubo com ameaça grave. Observe também o valor da franquia, pois ele será descontado do valor da indenização em caso de sinistro”, ensina a planejadora financeira Paula Sauer.


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