Indigesto, projeto de verba para a São José corre risco de rejeição por vereadores

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 20 de junho de 2021 às 20:00
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Pelo menos seis parlamentares francanos já se manifestaram contrários à compra de passes com recursos públicos

Fila de ônibus no Terminal Ayrton Senna: Câmara de Vereadores vai discutir e votar projeto de compra antecipada de passes

O imbróglio envolvendo a Prefeitura de Franca e a Empresa São José vai desaguar, na próxima terça-feira, na Câmara Municipal.

De um lado, a empresa afirma estar sem dinheiro para manter os serviços e sequer para pagar os salários dos funcionários.

De outro, a Prefeitura, que apresentou, como atenuante às críticas e reclamações da São José, um projeto de lei que prevê repasse de até R$ 1,3 milhão em compra de passes.

No meio de tudo, a população, que reivindica um serviço de transporte de qualidade e, também, os vereadores, que terão de decidir se aprovam o “prêmio de consolação” de R$ 1,3 milhão à São José e levam para si o desgaste que certamente isso vai causar.

Sensação

O projeto de compra de passes já rondou a Câmara dias atrás, mas não foi muito bem recebido e acabou retirado por Alexandre. Agora voltou com algumas mudanças que, na prática, seguirão com a sensação de que o objetivo é atenuar a crise com a Empresa São José.

Em meio a uma pandemia que levou o sistema de saúde de Franca ao colapso, com dezenas de pessoas esperando de forma precária por leitos para internação, qualquer iniciativa que fuja do radar da saúde vai ser bombardeada pela opinião pública. E os vereadores sabem disso.

Nos bastidores, sabe-se que pelo menos seis vereadores já estão contrários à aprovação do projeto de lei. Entre as justificativas estão as críticas ao serviço prestado pela São José e a priorização de recursos para o enfrentamento da pandemia. Mas o que pega mesmo é o receio da reação popular, já emergindo nas redes sociais.

Alexandre Ferreira terá a segunda e a terça-feira para convencer os vereadores a votar o projeto, mas o que se sente até o momento é que ele não está fazendo tanta força.

Fez o projeto e passou a “batata quente” para os vereadores que, provavelmente, devolverão para ele, que por sua vez terá argumento para dizer à São José que “tentou”.

A São José

Como a empresa reagirá à rejeição – ou até à aprovação – do projeto é uma incógnita. Fato é que, ao longo dos anos muitas vezes a São José reclamou de prejuízo, mas a empresa sempre permaneceu em Franca.

A única empresa que conseguiu “entrar” em Franca nessas várias décadas de supremacia da São José foi a Atual, na gestão de Gilmar Dominici (PT).

O problema é que a Atual é do mesmo grupo a que pertence a São José.

Agora, é aguardar a votação de terça-feira e os próximos capítulos dessa novela, na qual o pagador da conta, ou seja, a população francana, ainda não se manifestou.


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