Documento feito a pedido do Ministério de Minas e Energia diz que redução no consumo à noite é anulada por alta em outros períodos
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não identificou benefícios relevantes em um eventual retorno do horário de verão.
O mecanismo de adiantar uma hora nos relógios para aproveitar os dias mais longos foi extinto pelo próprio governo Bolsonaro em 2019.
A conclusão faz parte de um estudo realizado pelo ONS a pedido do Ministério de Minas e Energia (MME).
A pasta solicitou a avaliação de “eventuais benefícios da aplicação do horário de verão”, diante da “atual conjuntura de escassez hídrica”.
Em nota, o Ministério de Minas e Energia informou que não vai retomar o horário de verão.
“O Ministério entende não haver benefício na aplicação do horário de verão e que as medidas do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética são suficientes para garantir o fornecimento de energia elétrica na transição do período seco para o período úmido”, diz o texto.
O estudo do ONS
Segundo o estudo do ONS, o retorno do horário de verão não traria economia de energia, já que a redução do consumo no início da noite acaba sendo anulada pelo aumento do consumo em outros períodos do dia.
“A elevação da temperatura a partir de setembro acarreta o aumento do consumo de energia devido ao uso de aparelhos de refrigeração nas madrugadas até o início da manhã, durante às tardes e nos horários ampliados do comércio”, diz o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, em ofício enviado ao MME.
Porém, caberá ao Governo Federal definir se aplicará ou não a medida, considerando impactos em outros setores da economia, além da energia.