Dar 7 mil passos por dia reduz em até 70% o risco de morte, mostra estudo

  • Robson Leite
  • Publicado em 10 de setembro de 2021 às 06:30
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Pesquisa feita por cientistas da Universidade de Massachusetts, nos EUA, mostra que atividade física é o caminho para a longevidade

Dar 7 mil passos diariamente é o mesmo que percorrer de 4km a 5km, a depender da altura da pessoa.

Aos 90 anos, o médico americano Kenneth Cooper conquistou rios de dinheiro ao longo da vida ao defender a corrida como principal aliado da longevidade e do condicionamento físico.

Criado no fim da década de 60 para ser usado pelas forças armadas, o  chamado “método cooper”, consistia na prática de corridas de doze minutos para avaliar o desempenho de atletas.

O hábito imediatamente conquistou pessoas comuns que começaram a correr em todos os cantos do planeta. Correr se tornou sinônimo de boa forma e saúde.

Só muito recentemente o cenário começou a mudar, com estudos desvendando o impacto positivo da caminhada.

Exatidão

Aos poucos, viu-se que os benefícios dos passos mais lentos podem ser tão bons ou melhores que os ligeiros. Pois agora um trabalho quantifica com exatidão o quanto se deve caminhar para que o corpo sinta os efeitos.

Pessoas que andam mais de 7 mil passos todos os dias têm de 50% a 70% menos risco de mortalidade. Este é o resultado de um trabalho conduzido por pesquisadores da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, e publicado na prestigiosa revista científica Jama Network.

Dar 7 mil passos diariamente é o mesmo que percorrer de 4km a 5km, a depender da altura da pessoa. Apesar de a distância ser um pouco assustadora, vale lembrar que passos dados dentro de casa e em pequenos deslocamentos também são contabilizados.

Os cientistas americanos acompanharam por cerca de 10 anos um grupo de 2.110 adultos, com idades entre 38 e 50 anos, sendo 57,1% de  mulheres e 42,1% de negros. Os voluntários foram divididos em três perfis: os que davam menos de 7 mil passos por dia; os que andavam de 7 mil a 9.999 passos; e aqueles davam mais de 10 mil passos.

Prematura

O objetivo do trabalho era observar a associação do ritmo diário com a mortalidade prematura, quando o óbito acontece antes dos 65 anos.

Os pesquisadores descobriram que, independentemente do gênero ou etnia, pessoas que davam pelo menos 7 mil passos diariamente tinham de 50% a 70% menos risco de morrer prematuramente do que aqueles que não alcançaram esta marca.

“A atividade física regular é elemento fundamental para manter uma boa saúde. Ela reduz a incidência das doenças cardiovasculares, diabetes, auxilia no controle da pressão arterial e níveis de colesterol”, afirma o cardiologista Bruno Bandeira, coordenador da Cardiologia do Hospital Caxias D’Or.

Segundo ele, andar previne e contribui para tratamento de vários tipos de câncer, osteoporose, problemas digestivos, redução do nível de estresse e aumento do sono, com isso melhorando a qualidade de vida.

Adicional

E não precisa ser muito. Os pesquisadores perceberam que ultrapassar 10 mil passos diariamente não apresentou uma redução adicional de risco de mortalidade em comparação com quem percorreu os 7 mil passos.

O trabalho não levou em consideração a intensidade da caminhada feita pelos voluntários durante o dia. Apesar de outros estudos mostrarem que quanto mais intensa é a atividade — desde que respeite o limite do corpo — melhor a ação na saúde cardiovascular, a pesquisa mostrou que a regularidade no exercício é essencial.

Este trabalho traz uma importante mensagem para as pessoas que não conseguem correr ou andar tão rápido, ou fazer uma outra atividade física mais estruturada (como ir à academia ou fazer um esporte).

Mesmo pequenas atividades durante o dia reduzem o risco de mortalidade e de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que sejam praticados 150 minutos semanais de atividade física moderada, o que dá cerca de meia hora de exercício, cinco vezes por semana.


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