Como a Shein usa tecnologia e dados para tomar decisões estratégicas

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 18 de outubro de 2023 às 14:00
  • Modificado em 18 de outubro de 2023 às 15:20
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Segundo empresa, a tecnologia torna a moda mais equitativa, sustentável e inclusiva

Segundo empresa, a tecnologia torna a moda mais equitativa, sustentável e inclusiva

O setor de moda lida com um grande passivo ambiental e social. A gigante chinesa Shein, que se tornou em 2022 a maior do mundo no setor, precisa lidar com essas questões. Donald Tang, vice-presidente executivo da empresa e um dos responsáveis pela estratégia global, acredita que a resposta está no uso intensivo de tecnologia da informação.

“Tecnologia torna a moda mais equitativa, sustentável e inclusiva”, disse Tang. E acrescentou: “O coração da nossa companhia está na interação entre tecnologia e dados”. Esse foi o recado central da palestra do executivo no Web Summit, um dos maiores eventos de inovação do mundo, em Lisboa.

Tang afirmou enxergar no setor um “trilema” entre qualidade, velocidade e custo, que a Shein resolve com uso intensivo de tecnologia da informação.

“A introdução do big data na moda causou uma mudança sísmica”, disse ele – uma verdadeira ruptura. “Viramos de cabeça para baixo a cadeia de valor”, afirmou.

Na descrição do executivo, dados alimentam o início do processo, no design e na produção terceirizada de roupas; ajudam a definir os preços e a buscar o melhor equilíbrio entre custo e qualidade; rendem ganhos de eficiência, com uma economia que, segundo Tang, é compartilhada com fornecedores e clientes.

Além disso, reduzem desperdício e impacto ambiental, porque menos de 2% do inventário fica encalhado. A companhia cresceu apostando em e-commerce e forte presença em redes sociais. “Sem a web, sem aplicativos móveis, não haveria Shein hoje”, afirmou Tang.

O executivo usou, como mais recente exemplo dessa estratégia, o aplicativo Shein Exchange, lançado em outubro para revenda de roupas da marca.

“Um dos nossos objetivos principais é ajudar a democratizar o processo da moda. Algo muito difícil de fazer”, reconheceu ele. O app foi inspirado pela “comunidade Shein”.

“Conversando com clientes, percebemos que quase metade deles tinha vendido os seus artigos usados online. A Shein Exchange é uma oportunidade, não apenas para unir a comunidade, mas também para tornar mais fácil para revender os itens, sem as barreiras que os clientes normalmente encontram.

Uma plataforma onde a comunidade pode comprar e vender, estender a vida útil do produto e diminuir o impacto no planeta”, explicou.

A Shein foi fundada em 2008 por Chris Xu, em Nanjing, na China. Dedicou-se ao segmento de fast fashion e se expandiu globalmente sem ter produção própria nem depender de lojas físicas (embora tenha lojas pop-up atualmente). Seu valor de mercado disparou durante a pandemia, de US$ 5 bilhões em 2019 para US$ 100 bilhões este ano. Seu faturamento deve fechar 2022 perto de US$ 24 bilhões.

*Com informações de TecMundo


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