Má qualidade de serviços compromete avanços da saúde, segundo OMS

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de julho de 2018 às 12:55
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:51
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Erros médicos, diagnósticos imprecisos, tratamentos inapropriados ou desnecessários prejudicam a Saúde

A baixa qualidade dos serviços
prestados está retendo avanços e melhorias na saúde em países de todos os tipos
de renda, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira, 05 de julho, pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Banco Mundial e pela Organização para
a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OECD, na sigla em inglês).

Diagnósticos imprecisos, erros
médicos, tratamentos inapropriados ou desnecessários, uso inadequado e pouco
seguro de instalações clínicas e profissionais sem treinamento adequado e com
pouco conhecimento prevalecem em todos países, alertou a OMS, por meio de
comunicado.

A situação, segundo a entidade, é
pior em países de baixa e média renda, onde 10% dos pacientes hospitalizados
correm risco de adquirir algum tipo de infecção durante o período de internação,
comparado a 7% em países de alta renda. A OMS lembra que infecções hospitalares
podem ser facilmente prevenidas por meio de melhorias na higiene, do controle
de práticas hospitalares e do uso correto de antibióticos.

O relatório destaca também que um em
cada dez pacientes apresenta algum tipo de ferimento durante atendimento médico
prestado em países de alta renda. “Doenças associadas a cuidados de saúde de
baixa qualidade impõem despesas adicionais às famílias e aos sistemas de
saúde”, reforçou a OMS.

Ainda de acordo com o documento,
profissionais de saúde de sete países africanos de baixa e média renda só
conseguiram fazer diagnóstico adequado entre 33% e 75% dos casos, enquanto
diretrizes clínicas para situações comuns e de pouca complexidade foram
seguidas em menos de 45% do tempo, em média.  

Além disso, cerca de 15% dos gastos
hospitalares em países de alta renda se devem a erros no atendimento ou a
pacientes infectados enquanto recebem cuidados em unidades de saúde.

A OMS lembrou, entretanto, que foram
registrados alguns avanços – por exemplo, nas taxas de sobrevivência ao câncer
e a doenças cardiovasculares. Mesmo assim, segundo a entidade, os custos
econômicos e sociais provocados pelo atendimento de baixa qualidade, incluindo
incapacidades de longo prazo, prejuízo e perda de produtividade, são estimados
em trilhões de dólares todos os anos. “Estamos comprometidos em garantir que as
pessoas, em todos os lugares, possam ter acesso a serviços de saúde quando e
onde precisam”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“Estamos igualmente comprometidos em garantir que esses serviços sejam de boa
qualidade. Honestamente, não há como ter cobertura universal em saúde sem
cuidados de qualidade”, concluiu.


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