Azeite de oliva em excesso gera obesidade mais do que outras gorduras, diz estudo

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 8 de junho de 2025 às 11:30
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

O ácido oleico, presente na composição do azeite, estimula o organismo humano a produzir mais células de gordura

Ácido oleico, presente no azeite, se consumido em excesso, faz o corpo produzir mais células de gordura – foto Arquivo

 

O ácido oleico é um tipo de ácido graxo presente na composição do azeite de oliva.

Consumir dietas com uma grande quantidade desse composto químico pode causar obesidade mais do que outros tipos de gorduras alimentares. É o que mostra um estudo divulgado nesta quinta-feira e publicado na revista científica Cell Reports.

A pesquisa identificou que o ácido oleico, uma gordura monoinsaturada, faz o corpo produzir mais células de gordura, por isso, pode levar à obesidade quando ingerido em excesso.

Essa gordura estimula a proteína AKT2, responsável por enviar sinais ao corpo de que mais células de gordura precisam ser criadas.

Ao mesmo tempo, o ácido oleico também diminui a atividade da proteína LXR, capaz de regular a produção de células de gordura. Assim, de forma resumida, o ácido oleico contribui para a formação de células gordurosas.

“Sabemos que os tipos de gordura que as pessoas consomem mudaram durante a epidemia de obesidade”, observa Michael Rudolph.

“Queríamos saber se o simples consumo excessivo de uma dieta rica em gordura causa obesidade ou se a composição desses ácidos graxos que compõem os óleos na dieta é importante”.

Experimento com roedores

Para fazer o estudo, os pesquisadores alimentaram camundongos com dietas específicas, ricas em ácidos graxos, como óleo de coco, óleo de amendoim, leite, óleo de soja e banha de porco.

Como resultado, o ácido oleico contribuiu para a maior manifestação das células de gordura em comparação com outros ácidos graxos.

“Você pode pensar nas células de gordura como um exército. Quando você administra ácido oleico, inicialmente ele aumenta o número de ‘soldados das células de gordura’ no exército, o que cria uma maior capacidade de armazenar o excesso de nutrientes da dieta”, explica Rudolph.

“Com o tempo, se o excesso de nutrientes ultrapassar o número de células de gordura, pode ocorrer obesidade, o que pode levar a doenças cardiovasculares ou diabetes, se não for controlado.”

No caso da dieta humana, é mais difícil isolar o consumo para diferentes ácidos graxos como no estudo. Isso porque as pessoas consomem alimentos com diferentes composições ao longo do dia.

No entanto, o pesquisador reforça que o acesso limitado a uma dieta variada, levando o indivíduo a consumir algo mais acessível como fast food, contribui para o consumo crescente de ácido oleico.

“Acho que a mensagem principal é moderação e consumo de gorduras de diversas fontes”, disse ele.

“Níveis relativamente equilibrados de ácido oleico parecem ser benéficos, mas níveis mais altos e prolongados podem ser prejudiciais. Se alguém corre risco de doença cardíaca, altos níveis de ácido oleico podem não ser uma boa ideia”.

Fonte: Galileu


+ Nutrição