Ataques cardíacos aumentam entre grávidas e puérperas, diz estudo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 31 de julho de 2018 às 01:18
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:54
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Pesquisa feita nos EUA mostrou que mais gestantes e mulheres com parto recente têm sofrido infarto

O risco de as mulheres
sofrerem um ataque cardíaco durante a gravidez, o parto ou o puerpério aumentou
25% entre 2002 e 2014, de acordo com um estudo publicado na última semana no
periódico Mayo Clinics Proceedings. Os pesquisadores coletaram
dados de mais de 55 milhões de nascimentos ocorridos em hospitais dos Estados
Unidos e descobriram que, ao longo dos 13 anos de pesquisa, 4.373 mulheres
foram hospitalizadas por um ataque cardíaco – também chamado de infarto do
miocárdio – durante a gestação, o parto ou logo após o nascimento do bebê.

Segundo os
pesquisadores, a explicação para esse aumento pode estar na idade em que as
mulheres escolhem para engravidar. Hoje, a tendência é de que elas esperem mais
tempo para ter filhos e, consequentemente, engravidem cada vez mais velhas. O
estudo mostrou que aquelas que tinham entre 35 e 39 anos apresentavam cinco
vezes mais chances de sofrer um ataque cardíaco do que as de 20, por exemplo.
Quando completam 40 anos, os riscos ainda são 10 vezes maiores.

“Embora ainda precise de
mais esclarecimentos, esse resultado provavelmente está muito relacionado ao
estilo de vida que temos hoje. O estresse do dia a dia, a má alimentação, o sedentarismo,
a obesidade, o tabagismo e a falta de diagnóstico precoce trazem um
risco aumentado para essas mulheres, já que na gravidez o coração trabalha de
forma mais intensa”, explica o cardiologista Paulo Chaccur, diretor da seção
médica de cirurgia cardiovascular do Instituto Dante Pazzanese.

Segundo ele, o estudo
serve como um alerta para que as mulheres mantenham uma boa qualidade de vida e
façam acompanhamento com o cardiologista ainda na fase de planejamento da
gravidez. “Se a mulher apresentar alguma cardiopatia, a gestação pode ser uma
situação de risco tanto para ela quanto para o bebê. Por isso, fazer uma
avaliação cardiológica é fundamental para saber se a paciente poderá engravidar
ou se terá algum problema ou descompensação durante a gravidez”, explica.


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