Escassez de chuvas leva governo a acionar termelétricas mais caras

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de fevereiro de 2019 às 21:52
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:22
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Decisão foi tomada em caráter de urgência por conta dos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas

O Comitê de Monitoramento do Setor
Elétrico (CMSE) decidiu nesta sexta-feira, 08 de fevereiro, em reunião
extraordinária, liberar o funcionamento de usinas termelétricas mais caras, a
chamada fora da ordem de mérito. De acordo com o comitê, a medida foi tomada
por causa da escassez de chuvas, dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas
que se encontram abaixo da média histórica para o período e levando em
consideração “as previsões meteorológicas para os próximos dias”.

A ordem de despacho das usinas, feita
pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), é definida pela energia de menor
custo, em geral, as hidrelétricas, até as térmicas de maior custo, fora da
ordem de mérito de custo econômico. Com a decisão desta sexta-feira, serão
despachadas as usinas cujo custo para a geração de energia apresenta valores
superiores aos indicados pelos modelos computacionais do setor. “Assim,
serão despachadas as usinas termelétricas até o limite de Custo Variável
Unitário – CVU de R$ 588,75/MWh nos subsistemas Sudeste-Centro-Oeste e Sul, a
partir de 09 de fevereiro de 2019”, disse o CMSE em nota.

O comitê, responsável pelo
monitoramento das condições de abastecimento e pelo atendimento ao mercado de
energia elétrica do país, decidiu ainda que o ONS deve considerar a liberação
da importação de energia do Uruguai e da Argentina, também a partir de amanhã,
como recurso adicional, mas mantendo a geração de usinas termelétricas.

Dados meteorológicos mostram que, em
janeiro, predominou no país cenário de pouca chuva, especialmente nas regiões
Sudeste e Centro-Oeste. Com isso, a quantidade de água que chegou aos
reservatórios das hidrelétricas, responsáveis por 64% do parque gerador
nacional, ficou abaixo da média histórica em todos os subsistemas.

As informações, apresentadas na
reunião do comitê, mostram que o armazenamento nos
reservatórios do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste ficou em 26,5%; no Sul, em
44,5%; no Nordeste, em 42,1% e no Norte, em 30,6%.

De acordo com o comitê, para este
mês, há possibilidade de melhoria dessas condições no Sudeste/Centro-Oeste e no
Norte, com a possibilidade de os armazenamentos fecharem o mês em 27,9% e
45,8%, respectivamente. As previsões indicam piora com os reservatórios no
término do mês em 41,4%, no Sul e em 40,9%, no Nordeste.

De acordo com o CMSE, mesmo com o
cenário de baixa nos reservatórios das usinas hidrelétricas, responsáveis por
dois terços da geração de energia do país, está garantido o suprimento neste
ano. O comitê ressalta, porém, que permanecerá acompanhando permanentemente as
condições de suprimento do Sistema Elétrico Brasileiro, principalmente no que
se refere ao nível dos reservatórios, e as condições de atendimento serão
reavaliadas semanalmente.


+ Economia