Boa notícia para diabéticos: insulina em cápsulas está próxima

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 14 de julho de 2018 às 22:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:52
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Pesquisadores estão perto de uma conquista cobiçada desde 1921: libertar diabéticos das injeções

Um trabalho desenvolvido por pesquisadores da Universidade
Harvard, nos Estados Unidos, pode estar prestes a revolucionar o estilo de vida
dos 425 milhões de diabéticos no mundo: a insulina em cápsula.

Para quem tem o tipo 1 da doença — autoimune, em que o pâncreas
não produz insulina, o hormônio crucial para regular os níveis de açúcar no
sangue —, a única opção é injetar a substância em sua forma sintética sob a
pele até quatro vezes por dia. Para os cerca de 90% da população com o tipo 2 —
em que o corpo não produz insulina suficiente ou não responde ao hormônio como
deveria —, as injeções também podem ser necessárias.

O controle da
diabetes é feito via injeção ou por meio da chamada bomba de insulina, pois a
insulina não pode ser ingerida, segundo cientistas, porque o composto não se dá
bem com a composição ácida do estômago e acaba por não ser absorvido pelo
organismo.

Para superar esse
desafio, pesquisadores da Universidade de Harvard, conseguiram envolver a
insulina em uma cápsula resistente ao ácido estomacal. O feito foi publicado no
“Proceedings of the National Academy of Sciences”.

Os pesquisadores da
Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas (SEAS) John A. Paulson, de Harvard,
explicam que a formulação é biocompatível, fácil de fabricar e pode ser
armazenada por até dois meses em temperatura ambiente sem degradação.

Os cientistas
acreditam que o novo medicamento deve melhorar o controle da glicemia e a
qualidade de vida de pacientes com diabetes tipo 1. “Muitas pessoas não
aderem ao tratamento devido à dor, fobia de agulhas e interferência nas
atividades normais”, disse Samir Mitragotri, um dos autores do estudo e
professor no SEAS de Harvard. “O controle glicêmico inadequado pode levar a
complicações graves de saúde”, continua Samir Mitragotri, que comparou a nova
pílula a um canivete suíço. “Uma vez ingerida, a insulina precisa passar por
uma difícil pista de obstáculos antes que possa ser efetivamente absorvida pela
corrente sanguínea”, disse.

Conforme o
pesquisador, a pílula funciona como um canivete suíço. Ela tem ferramentas para
lidar com cada um dos obstáculos encontrados.

Obstáculos superados

1- O primeiro
obstáculo é a superação do “colapso da pílula” pelo ácido gástrico;

2- Depois, o
polímero resistente ao ácido se dissolve no intestino delgado;

3- Ainda, ácido que
envolve à insulina resiste à camada de muco que reveste o intestino;

4- A pílula também
resiste às camadas estreitas da fase final do intestino;

5- Por fim, todo o
material que reveste a insulina é dissolvido e o composto é liberado.


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