Descontar emoções na comida se aprende na infância – e dentro de casa

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de junho de 2018 às 03:27
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:49
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Quando a vontade de comer está associada a emoções como tristeza, ansiedade e até mesmo cansaço

Já ouviu falar em
fome psicológica ou emocional? É quando a vontade de comer está associada a
emoções como tristeza, ansiedade ou mesmo cansaço. E, segundo um novo estudo da
Universidade College London, na Inglaterra, esse comportamento não se dá apenas
em adultos. De acordo com a pesquisa, publicada no periódico científico Pediatric Obesity, esse tipo de reação se aprende
ainda na infância.

Os cientistas analisaram dados de 398 crianças
britânicas gêmeas, sendo que metade delas era de famílias com pais obesos. O
objetivo dos estudiosos era investigar se a propensão genética ao excesso de
peso teria participação na fome psicológica ou se ela seria influenciada mais
por fatores ambientais, como os hábitos da casa, da escola…

Quando os
voluntários mirins tinham 4 anos, seus pais responderam a questionários sobre a
tendência dos pequenos comerem mais ou menos quando estavam tristes ou
ansiosos. As informações de gêmeos idênticos e não idênticos foram comparadas,
e os resultados apontam que os genes familiares pouco importam – ao contrário
dos hábitos. “Ter stress e emoções negativas pode afetar o apetite das pessoas
de formas diferentes. Alguns atacam seus snacks favoritos, enquanto outros
perdem o desejo de comer”, diz Moritz Herle, um dos líderes da investigação.

Segundo ele, não se
sabe muito bem quais são as consequências desse comportamento desde a infância,
já que não foram feitos estudos que acompanhassem as crianças por muitos anos.
“Mas nós vamos continuar a pesquisar quais fatores têm relação com a fome
emocional, como stress na hora da refeição”, completa.

Embora não se
conheça os efeitos a longo prazo, é provável que esse tipo de postura nos
primeiros anos de vida leve à obesidade na idade adulta ou até a distúrbios
como anorexia e compulsão alimentar. “Entender como esses problemas se
desenvolvem é crucial para preveni-los”, declarou Clare Llewellyn, líder do
artigo.


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