Metade das adolescentes paulistas ainda não está vacinada contra HPV

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 15 de março de 2018 às 00:13
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:37
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De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal só está completa com as duas doses

Apenas a metade das
adolescentes paulistas de 9 a 14 anos estão imunizadas contra o HPV (Papiloma
Vírus Humano), considerando a aplicação das duas doses devidas da vacina
apropriada. A cobertura vacinal é menor entre meninos com idade entre 12 e 13
anos e atinge 36,7% dos que deveriam ter tomado a primeira dose.

Os dados, referentes
a 2017, preocupam o Ministério da Saúde que lançou nova campanha publicitária
para alertar sobre a importância da vacina contra HPV e meningite para os
jovens.

A campanha convoca 10 milhões de adolescentes em todo o país.
Devem se vacinar contra o HPV, meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos
(no ano passado, a faixa etária era entre 12 e 13 anos). O Ministério da Saúde
também ampliou a faixa etária da vacina meningite C em 2018. Agora é de 11 a 14
anos de idade. No ano passado, estavam sendo vacinados contra a doença
adolescentes de 12 a 13 anos. As vacinas fazem parte do calendário de rotina
disponível nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os dados nacionais
mostram que 4,9 milhões de meninas tomaram a segunda dose contra o HPV,
totalizando 48,7% na faixa etária entre 9 e 14 anos. Os dados referem-se ao
período de 2014 a 2017. Se considerada apenas a primeira dose, o número chega a
8 milhões, o equivalente a 79,2%. Entre os meninos, 1,6 milhão – ou 43,8% do
público-alvo – tomaram a primeira dose. De acordo com o Ministério da Saúde, a
cobertura vacinal só está completa com as duas doses. A segunda é aplicada seis
meses depois da primeira. O órgão adquiriu 14 milhões de doses contra o HPV.

Dados

O Ministério da Saúde destaca que o Brasil foi o primeiro país
da América do Sul a oferecer a vacina contra o HPV para meninos. A prevalência
estimada do vírus no país é de 54,3%, segundo dados do projeto POP-Brasil, que
entrevistou 7.586 pessoas nas capitais. A pesquisa mostra que 37,6% dos
participantes apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer.

A vacina, portanto,
previne contra diferentes tipos de cânceres. Segundo o ministério, são 16 mil
casos de câncer de colo do útero por ano e 5 mil mortes de mulheres pela
doença. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos cânceres de
pênis são atribuíveis à infecção pelo HPV. Mais informações podem ser obtidas
no Disque-Saúde: 136.

O HPV é um vírus que vive na pele e nas mucosas dos seres
humanos, tais como vulva, vagina, colo de útero e pênis. Quando afeta os órgãos
genitais é uma infecção transmitida sexualmente (DST).


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