Detran alerta sobre cuidados para a terceira idade no trânsito

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de outubro de 2017 às 10:44
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:22
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Uma em cada três vítimas fatais de atropelamentos no Estado de SP tem mais de 60 anos

Neste domingo (1) foi comemorado o Dia Internacional do Idoso. Por conta disso, o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) aproveita a data para alertar sobre a segurança no trânsito para a terceira idade. Quase 15% das vítimas fatais de acidentes que aconteceram entre janeiro e agosto deste ano no Estado tinham mais de 60 anos.

Além disso, um em cada três mortos em atropelamentos no mesmo período era da terceira idade. Os dados são do Infosiga SP, banco de dados do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito. À medida que o corpo envelhece, sentidos como visão e audição podem diminuir. A mobilidade também.

Por isso, é fundamental que os motoristas e motociclistas respeitem o tempo de travessia segura do pedestre, mesmo que o farol tenha já tenha mudado de cor. Na hora de atravessar, todo o cuidado é pouco e o pedestre nunca deve negligenciar a atenção total à travessia e à faixa de pedestre. Se for preciso, sinalize com as mãos para reforçar ao motorista que aguarde o término da travessia.

O diretor de inovação da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Doutor Aly Yassine, explica que os idosos são mais prudentes como motoristas: “em geral eles conduzem dentro da velocidade permitida, não são intempestivos nas manobras e não usam o celular enquanto dirigem”.

O médico lista algumas dicas que podem fazer toda a diferença para manter a boa saúde na terceira idade, sejam motoristas ou pedestres:

Estímulos neurológicos
Um ponto muito importante mesmo na vida adulta é o estímulo do cérebro por meio da leitura e exercícios como palavras cruzadas e jogos de dominó, por exemplo, já que ativam os lóbulos cognitivos e traz melhora de atenção, consciência, planejamento, atividade motora, atividades automáticas do corpo, etc., além de retardar os efeitos doenças como Alzheimer, por exemplo.

Estímulos físicos
As atividades físicas são recomendadas em qualquer idade, mas pra quem tem mais de 60 anos, mesmo que praticada de forma recreativa, ela é extremamente benéfica para a manutenção da saúde. Uma simples caminhada de 30 minutos duas vezes por semana já traz grandes melhoras para o corpo e a mente, ampliando a resposta motora, percepção do corpo e do ambiente.

Idosos e direção
O Estado de São Paulo tem quase dois milhões de idosos com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida (1.968.314, de um total de 21.464.902 condutores). A legislação federal prevê que a renovação da CNH para pessoas com mais de 65 anos deve ser feita a cada três anos ou em período menor, de acordo com a avaliação médica.

Mas você sabe qual momento ou o sinal que indica ser a hora do motorista procurar um médico para avaliar se ainda pode dirigir? Dr. Yassine explica que, no geral, há dificuldade em se fazer o autodiagnóstico sobre a perda de reflexo ou da mobilidade e, quando o idoso percebe isso, ainda pode haver certa resistência para aceitar e buscar a ajuda médica. Ele ressalta que a situação mais comum quando um familiar próximo percebe que o ente está batendo em obstáculos pela casa ou mesmo na rua, o que pode indicar a perda na visão periférica.

O especialista indica que no momento de renovar a habilitação, o motorista deve relatar ao médico de tráfego se mudou o medicamento de uso controlado ou se teve situações clínicas recentes como hipoglicemia (pouco açúcar no sangue) para que receba a orientação adequada de como evitar uma crise enquanto estiver dirigindo, por exemplo.

Em uma década (entre 2006 e 2016), as doenças crônicas avançaram entre a população brasileira, segundo o Ministério da Saúde. No período, houve um aumento de 61,8% de diabetes e aumento de 14,2% de hipertensão entre os brasileiros.  Entre as pessoas com mais de 65 anos, 64,2% delas têm hipertensão e 27,2% desenvolveram diabetes.


+ Trânsito