É possível perder quase 300 calorias por dia dormindo mais horas; saiba como

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 10 de fevereiro de 2022 às 10:00
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Estudo com adultos com excesso de peso mostrou que participantes diminuíram ingestão calórica após aumentarem de 6 para 8,5 horas de sono

Quer perder peso dormindo? Tente estender seu tempo de sono para que você não fique privado dele.

Esse é o resultado surpreendente de um estudo randomizado que pediu a jovens adultos com excesso de peso e que normalmente dormiam menos de seis horas e meia, para tentar dormir cerca de oito horas e meia por noite durante duas semanas.

No final desse curto período de tempo, muitos daqueles que prolongaram o sono para uma duração mais saudável diminuíram a ingestão calórica em uma média de 270 calorias por dia, de acordo com o estudo publicado na revista JAMA Internal Medicine.

Uma reportagem da CNN Brasil diz que “alguns dos participantes do estudo reduziram sua ingestão em 500 calorias por dia, segundo o estudo.

“Isso é quase como um divisor de águas para perda ou manutenção de peso”, disse a autora do estudo, Dra. Esra Tasali, professora associada de medicina que dirige o Centro de Pesquisa do Sono da Universidade de Chicago.

Os pesquisadores projetaram suas descobertas no futuro. Eles descobriram que comer 270 calorias a menos por dia se traduziria em uma perda de 26 quilos ao longo de três anos, tudo isso não fazendo nada além de dormir mais.

“Uma pequena intervenção que você pode fazer em si mesmo para aumentar ou preservar a duração do sono para que você não fique privado de sono pode ter um impacto significativo no peso saudável”, disse Tasali.

O sono e a fome estão relacionados

Como dormir mais ajuda a perder peso? Uma razão é o impacto que a falta de sono tem em dois hormônios-chave que controlam a fome e a saciedade: a grelina e a leptina.

A grelina estimula a fome e demonstrou aumentar com a privação do sono. Sua parceira, a leptina, nos diz quando estamos satisfeitos.

“Foi demonstrado que a leptina diminui com a restrição do sono. Portanto, quando somos privados de sono, temos menos desse hormônio e, portanto, menos freio em nosso apetite”, disse Kolla.

Outra maneira pela qual o sono ruim afeta nossas escolhas alimentares pode ser encontrada nos centros de recompensa do cérebro, o local que nos dá sentimentos prazerosos que queremos repetir.

“Os centros de recompensa no cérebro ficam mais ativados quando você está privado de sono, o que aumenta seu desejo por carboidratos, comidas não saudáveis ou uma maior ingestão geral de alimentos”, disse Tasali.

Uma intervenção fácil

Quão difícil foi para as pessoas adicionar mais sono às suas vidas? Não tão difícil assim, disse Tasali. Cada pessoa passou por uma sessão de aconselhamento de uma hora sobre seu estilo de sono.

“Foi muito personalizado, focado em tentar rever o estilo de vida das pessoas, suas limitações relacionadas ao trabalho, seus familiares, seus animais de estimação, filhos e rotinas de dormir”, disse ela. “Então conversamos com eles sobre como melhorar a higiene do sono, como guardar os eletrônicos antes de dormir”.

Especialistas em sono aconselham que qualquer dispositivo emissor de luz azul – smartphones, laptops e televisores, para citar alguns – seja guardado de 45 minutos a uma hora antes de dormir. Isso é porque a luz azul interrompe a liberação de melatonina, o hormônio do sono do corpo.

Outras dicas de higiene do sono incluem dormir em um quarto fresco (15 a 20 graus Celsius); sem barulho; pular comida picante e álcool antes de dormir; e ter um ritual calmante na hora de dormir, que pode incluir tomar um banho quente, ler um livro, ouvir música suave, respirar fundo, ioga, meditação ou alongamentos leves.

Tasali disse que viu mudanças após apenas uma semana do programa de melhora do sono de duas semanas.

“Alguns deles me disseram: ‘Achei que ia ser menos produtivo. Você está me dando tanto tempo na cama, como vou fazer todo esse trabalho que deveria fazer?’ E no final das duas semanas eles me disseram que estavam mais produtivos, porque estavam mais energizados e mais alertas”.


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