Dória admite vender vacina do Butantan. Franca tem dinheiro e interesse de comprar?

  • Robson Leite
  • Publicado em 28 de julho de 2021 às 09:00
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Dória quer vender excedente de vacinas contra Covid produzidas pelo Butantan, mas não explica como isso seria constitucionalmente possível

Excedente do lote de vacinas Coronavac pode ser vendido pelo governo do estado de São Paulo

O governador João Doria admite vender a estados e municípios parte das 26 milhões de doses de Coronavac que chegam dentro de um mês.

Além das quatro milhões de doses de Coronavac compradas pelo governo de São Paulo e que chegam esta semana da China, há um outro carregamento, de 26 milhões de doses, que desembarca no Aeroporto de Guarulhos no fim de agosto.

Segundo o jornalista Lauro Jardim, de O Globo, o governador João Dória já disse a interlocutores que, se sobrar vacinas desse novo pacote, ele as disponibilizará para os estados e município que queiram comprá-las do Butantan.

Perguntas

A notícia não explica como será a venda: se por licitação, por leilão, por preço, se por interesse ou por oferta. Nem diz também como se estabelece a prioridade no fornecimento de vacinas.

Ainda assim, do ponto de vista jurídico, há um conflito constitucional no processo: sendo o estado o responsável pela saúde pública, como cobrar por um insumo que é sua obrigação fornecer?

Ainda que ultrapassadas essas formalidades jurídicas, é o caso de se perguntar:

a) – Franca tem interesse na compra das vacinas para imunizar toda sua população?

b) – Se tem interesse, tem dinheiro para comprar?

c) – Se não tem dinheiro, até pode remanejar o orçamento. Mas tirar de onde?


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