Unicamp estuda prova em Salvador, vestibular indígena e reajuste de taxa

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 5 de maio de 2018 às 22:43
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:43
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Foram definidas cinco cidades para a realização do primeiro vestibular indígena no país

A Unicamp estuda aplicar a
prova do vestibular 2019 em Salvador, na Bahia, e elevar o valor da taxa de
inscrição em até R$ 5, segundo a comissão organizadora do exame (Comvest).

Além disso, foram definidas
cinco cidades para realização do primeiro vestibular indígena, uma das
inovações que serão implementadas nesta edição com objetivo de aumentar a
inclusão social na universidade.

O coordenador executivo da Comvest, José Alves de
Freitas Neto, explica que a capital baiana deve ser a única novidade na lista
que já conta com quatro metrópoles – Belo Horizonte (MG), Brasília (DF),
Fortaleza (CE) e São Paulo (SP) – além de 30 municípios paulistas. De acordo
com ele, são considerados no estudo a dimensão populacional e a procura dos
candidatos pela Unicamp. “É a maior capital do nordeste. O objetivo é
buscar um público que valoriza a universidade na sua escolha”, destaca
Freitas Neto. Na edição 2018, a instituição registrou alta de 61,4% na
quantidade de calouros residentes fora de São Paulo, e a Bahia foi o segundo
estado com mais representantes.

A decisão, sairá em 10 de
maio, quando haverá uma reunião entre coordenadores e integrantes do corpo
técnico da Comvest. Ele lembra que a inclusão da capital cearense na edição
anterior também foi estratégica e ocorreu após observação sobre os desempenhos
de candidatos em provas do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e do
Instituto Militar de Engenharia (IME).

As inscrições para o vestibular 2019 devem ser feitas de
1º a 31 de agosto deste ano, por meio de formulário online. A primeira fase
será em 18 de novembro, e a segunda entre 13 e 15 de janeiro.

Vestibular indígena e taxa

Freitas Neto explica que apenas Salvador deve ser incluída na
lista de municípios onde serão aplicados o processo, em virtude da alta de
custos provocada pelo vestibular indígena.

Neste
caso, a inscrição será gratuita e estão previstos pelo menos 800 candidatos nas
provas a serem realizadas em Campinas, Manaus (AM), São Gabriel da Cachoeira
(AM), Recife (PE) e Dourados (MS). Ele destaca que há parceria com a
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). “Desde o ano passado, quando
houve aprovação do vestibular, foi mencionado que nós iríamos realizar a prova
em Campinas e no mínimo mais duas capitais […] Mas aí na parceria, ao fazer
um levantamento de onde estão os estudantes indígenas, nós consideramos
prioritário, consideramos abrir para mais cidades […] A experiência da UFSCar
no ano passado foi de aproximadamente 750 inscritos, por isso estamos
projetando que haja um pouco mais de inscritos”, ressalta.

Sobre a taxa do vestibular,
até então fixada em R$ 165, ele prevê alta de até 3% para cobrir custeios com a
implementação do vestibular indígena, e por causa da inflação acumulada no
período. “É provável que haja uma pequena elevação de no máximo R$
5”, admite o coordenador. O valor final, segundo ele, também será definido
na reunião marcada para a próxima semana, na Unicamp. 

Formato mantido

Os modelos das provas no vestibular 2019 serão iguais ao da
edição anterior.

A 1ª
fase será composta por 90 questões de múltipla escolha nas disciplinas de
língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa, matemática, história,
geografia (inclui filosofia e sociologia), física, química, biologia, inglês,
além de interdisciplinares. O tempo será de até cinco horas.

As
provas da segunda fase serão em janeiro e cada uma terá duração máxima de
quatro horas:

– 13/01 – Redação e prova de língua portuguesa e
literaturas de língua portuguesa

– 14/01 –
Matemática, geografia e história

– 15/01 –
Física, ciências biológicas e prova de química

De acordo com a Comvest, as avaliações de habilidades específicas serão
entre 21 e 25 de janeiro, com exceção aos cursos de música: neste caso, elas
são divididas em duas etapas – a primeira, de 10 a 17 de setembro deste ano; e
a segunda entre os dias 14 e 15 de outubro.

Ao todo, serão oferecidas 3,3 mil vagas em 70 cursos de graduação,
distribuídas nos campi de Campinas, Piracicaba e Limeira. O valor da taxa será
divulgado em edital, no dia 7 de junho.

Calendário

Nesta edição, a instituição implementará pela primeira vez cotas
étnico-raciais e outras mudanças que visam elevar a inclusão social, entre
elas, vagas pelo Enem, criação de um vestibular indígena e de vagas extras para
destaques em olimpíadas que tenham abrangência nacional. 

Edital Enem

Inscrições: 15/10 a 14/11/2018

Seleção a partir de desempenho em olimpíadas
científicas

Inscrições: 21/11/2018 a 10/1/2019

Vestibular Indígena

Inscrições: 15/8 a 14/9/2018

Prova: 2/12/2018

Isenção

O prazo para pedidos de isenção na taxa de inscrição do vestibular está
aberto até 21 de maio. Eles também devem ser feitos pela página da Comvest, e a
universidade também exige envio de documentos previstos em edital. Ao todo,
três modalidades serão contempladas para concessão:

– Candidatos provenientes de famílias de baixa renda (até um salário
mínimo e meio bruto mensal por morador do domicílio);

– Funcionários da Unicamp/Funcamp;

– Candidatos aos cursos de licenciatura em período noturno (ciências
biológicas, física, letras, licenciatura integrada química/física, matemática e
pedagogia).

Entre os pré-requisitos estabelecidos pela Unicamp estão:

– Ter cursado o ensino médio integralmente em instituições da rede
pública (1 e 2);

– Ser residente e domiciliado no estado de São Paulo e já ter
concluído/concluir em 2018 o ensino médio.

De acordo com a Comvest, serão oferecidas 6,6 mil isenções na primeira
modalidade; 100 na segunda e número ilimitado na terceira. A lista de
contemplados será divulgada em 23 de julho.

Contemplados

Quem for beneficiado, segundo a Unicamp, receberá um comunicado a partir
de 23 de julho, exclusivamente via correio eletrônico. A universidade ressalta
que a isenção não representa inscrição automática
no vestibular 2019 – a ser feita posteriormente com uso de um código.


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