Alunos do Senac Franca criam repelente caseiro contra o Aedes aegypti

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  • Publicado em 19 de maio de 2019 às 21:00
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:33
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Franca enfrenta epidemia da doença, que já soma mais de 6 mil casos, de acordo com Secretária da Saúde

Diversas cidades do Estado de São Paulo têm enfrentado uma epidemia de dengue, e em Franca não está sendo diferente. São mais de 6 mil casos suspeitos, com quase 500 confirmações, de acordo com balanço divulgado pela Secretaria de Saúde do município. Como forma de auxiliar a comunidade, os alunos do curso Técnico em Farmácia do Senac Franca desenvolveram um kit composto por três produtos: repelente para o corpo, repelente para ambientes e difusor.

O projeto foi supervisionado pelas docentes Jeane Cristina Costa de Moraes e Renata Engler Lemos Barcellos. Os alunos buscaram as informações em bases de dados específicas e descobriram que algumas substâncias derivadas de plantas poderiam ser utilizadas como repelente para o mosquito. “Entre os produtos pesquisados, selecionaram a citronela e o manjericão para formular o kit, utilizaram também o álcool como solvente e ainda óleo de amêndoas como hidratante para o corpo”, explica Renata.

Os alunos concluíram que a solução é uma alternativa complementar para repelir o mosquito, mas não pode ser utilizada como substituta isolada das substâncias repelentes já testadas cientificamente. Segundo ela, a proposta teve como referência pesquisas em base de dados e artigos científicos, que registravam a comprovação da eficiência e eficácia do óleo essencial de manjericão e da citronela para o uso contra o mosquito da dengue e para eliminação das larvas.

Jeane explica também que em relação à comprovação da eficácia do produto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exige o cumprimento de algumas regras, mas no contexto da sala de aula não sentiram que seria o caso: “Os testes práticos foram realizados nas casas dos alunos, mas as referências foram as teóricas e científicas, de acordo com o método de pesquisa nas bases de dados. O kit foi testado pelos alunos em casa e houve a percepção de que a quantidade de mosquitos diminuiu no local.”

O trabalho foi desenvolvido pelos alunos durante as aulas, sempre priorizando que o combate à doença deve ser uma união de forças, com conscientização por parte da comunidade e do poder público em relação às medidas adotadas para prevenção.

Para Jeane, algumas ações já conhecidas são capazes de diminuir as chances de se contrair a doença, como manter as calhas limpas, higienizar com frequência os potes de água dos animais domésticos, aplicação de telas nos ralos e manter as caixas d’água sempre tampadas. “Em conjunto com essas ações, existe também a possibilidade de utilizar outras alternativas, como o óleo de cravo e manjericão em locais onde a larva se desenvolve ou um difusor de ambientes para que o mosquito fique longe das residências”, esclarece.

A docente reforça que a dengue é uma doença séria que pode causar a morte e, muitas vezes, o medo de ser picado pelo mosquito pode induzir as pessoas a utilizarem métodos que nem sempre são eficazes. É preciso cuidado para que alguns mitos em relação à prevenção não sejam confundidos com alternativas complementares, que podem auxiliar na prevenção, mas não como métodos isolados. “A adição de água sanitária na água, por exemplo, ajuda a combater as larvas, e pode ser utilizada como medida preventiva se aplicada nos locais corretamente.”

A população deve estar atenta também aos principais sintomas da doença, como febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo. Ainda de acordo com a docente, a automedicação deve ser evitada e pacientes com suspeita devem procurar assistência médica, além de ingerir muito líquido para evitar uma possível desidratação.


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