Você conhece os superalimentos? Saiba quais são eles e os perigos que podem oferecer

  • F. A. Barbosa
  • Publicado em 18 de fevereiro de 2023 às 16:00
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São alimentos conhecidos por seus compostos e nutrientes e por trazer alguns benefícios; mas evite excessos

São alimentos conhecidos por terem compostos e nutrientes que, além de nutrir, conseguem trazer alguns benefícios; mas sem excessos

Na onda das tendências da nutrição que prometem resultados positivos para a saúde, estão os superalimentos, também chamados de “comidas poderosas”.

São alimentos conhecidos por terem compostos bioativos e nutrientes que, além de nutrir o organismo, conseguem trazer alguns benefícios, como o controle da pressão arterial.

“Também melhoram a nossa capacidade antioxidante, auxílio na regulação do intestino, saciedade e prevenção de algumas doenças”, definiu, ao Correio Braziliense, a nutricionista clínica e funcional, mestre e doutora em Nutrição Humana pela Universidade de Brasília (UnB) Cainara Lins.

Para ela, esse termo de superalimentos surgiu de forma não intencional graças à necessidade humana de encontrar a cura para todos os males.

“É uma tendência humana natural procurar algo que solucionará todos os problemas ou ser o tratamento salvador de todos. Vejo esse termo como uma analogia direta aos super-heróis”.

A nutricionista clínica e domiciliar Ana Gabriela Vasconcelos enxerga essa terminologia como uma “jogada de marketing para que o produto seja mais vendido”.

Controvérsias e perigos

Devido ao status “milagroso” que os superalimentos recebem, a ciência tece críticas em torno dessa denominação.

“O termo não é reconhecido e é criticado por remeter a uma ideia reducionista de que um único alimento seria capaz de auxiliar o paciente. O que mais existem são pessoas que em busca de algum alimento ou tratamento ‘milagroso’ acabam esquecendo que sem o básico, isto é, alimentação adequada, atividade física e saúde mental, nada funcionará”, adverte a nutricionista Cainara Lins.

Além disso, os superalimentos também podem trazer perigos para a saúde, se consumidos de forma indiscriminada e sem orientação profissional. Cainara Lins elenca alguns deles.

“Consumir um excesso de fibras sem a ingestão adequada de água, pois isso pode ‘travar’ ainda mais o intestino de pacientes com constipação, além do uso de chás sem orientação, que podem ter interação com medicamentos ou até mesmo causarem reações alérgicas como no caso do própolis”, finalizou.

Hábitos saudáveis

Na visão da nutricionista Ana Gabriela, o maior problema dos superalimentos é que eles podem reforçar a crença de que basta consumi-los para que os problemas de saúde sejam sanados.

“A gente precisa ter um conjunto de hábitos saudáveis para obter todos os benefícios, como o emagrecimento, por exemplo. Além da alimentação, precisa beber água, dormir bem, fazer atividade física. É esse conjunto de fatores que vão garantir uma vida saudável. Nenhum superalimento vai fazer isso sozinho”.

Superalimentos e suas propriedades nutricionais

Suco de beterraba — por sua ação vasodilatadora auxilia na redução da pressão arterial e na performance física. Também possui efeitos antioxidantes e contribui para o aumento do fluxo cerebral em idosos, podendo auxiliar na capacidade cognitiva.

Spirulina — possui conteúdo significativo de aminoácidos essenciais, vitaminas do complexo B, carotenoides, minerais e ácidos graxos essenciais. Seu consumo beneficia a saúde em geral e melhora o desempenho físico e mental.

Cúrcuma — possui altas concentrações de curcuminoides, que são fitoquímicos com potente ação anti-inflamatória. Assim, pode ser utilizada para auxiliar na recuperação de infecções respiratórias, recuperação muscular após exercícios físicos, proteção neuronal, controle de dislipidemias

Frutas vermelhas (berries) — possuem polifenóis, que ajudam a reduzir a oxidação celular descontrolada, minimizam o estresse e ajudam no controle da ansiedade. Auxiliam na imunidade e estimulam a capacidade antioxidante natural do organismo.

Alho negro — por ser rico em antioxidantes, fortalece a imunidade, previne e ameniza os sintomas de diabetes, melhora a pressão alta e o colesterol. Além disso, possui efeito neuroprotetor, hepatoprotetor e anticancerígenos.

Própolis — dependendo do tipo (verde, vermelho ou marrom), possui diferentes concentrações dos compostos. Possui atividade antimicrobiana, antioxidante, cicatrizante, efeitos antitumorais e ação imunomoduladora.

Chia — suas sementes são uma incrível fonte de antioxidantes e de ômega-3, além de outros tipos de ácidos graxos, fibras alimentares, proteínas, vitaminas e minerais incontáveis.


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