compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Condições físicas podem ser influenciadas ou agravadas por fatores psicológicos, como estresse, ansiedade e emoções negativas

Problemas psicológicos podem impactar a saúde do corpo – foto Arquivo
O tema saúde mental está em alta, mas você sabe como os problemas psicológicos podem impactar no corpo?
Quando a cabeça não está bem, ele pode sofrer as consequências com as doenças psicossomáticas. As mais comum: psoríase, enxaqueca, além do vitiligo, cujo Dia Mundial é nesta terça-feira (25).
A psicóloga clínica Carla Ribeiro de Oliveira explicou que as doenças psicossomáticas são condições físicas influenciadas ou agravadas por fatores psicológicos, como estresse, ansiedade e emoções negativas.
Como o caso, por exemplo, do industriário, de 54, que estava com 98% do corpo com vitiligo e recuperou 93% do pigmento da pele, assim que se divorciou.
O dermatologista Paulo Luzio, especialista na doença e médico do homem, disse que a separação foi um fator determinante para a recuperação, pois a condição física era influenciada por um fator psicológico.
Outros fatores
Mas, não é apenas o emocional que conta. De acordo com a psicóloga e neurocientista, Leninha Wagner, de 56 anos, outros fatores também podem potencializar o desenvolvimento e o fim de uma doença psicossomática, como a herança genética e hábitos alimentares e sociais do paciente.
Leninha usou a própria vida como exemplo. A árvore genealógica da especialista é composta por quatro avós, o pai e uma irmã que morreram em decorrência de um câncer, ou seja, a doença está presente na genética da família.
A neurocientista, no entanto, sempre manteve uma alimentação saudável e uma rotina de exercícios. Em 19 de dezembro de 2020, o marido dela morreu por conta de um acidente de trabalho.
Uma semana depois, Leninha descobriu um câncer no intestino em estágio avançado.
Hoje, ela está em remissão. Mas, entende que o luto fez com que a doença se manifestasse. “Cada vez mais percebe-se que não basta você estar saudável para estar feliz”.
“É justamente o processo contrário. Você tem que estar feliz para se manter saudável”, afirmou a neurocientista.
A psicóloga Carla listou as condições físicas mais comuns, entre as doenças psicossomáticas:
Distúrbios autoimunes: O estresse crônico pode desempenhar um papel na ativação ou na piora de condições autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus e intestino irritável.
Enxaqueca: Uma forma de dor de cabeça recorrente que pode ser desencadeada por estresse emocional, ansiedade e tensão.
O médico neurologista Eduardo de Almeida Guimarães Nogueira acrescentou que a enxaqueca crônica é caracterizada quando ocorre mais de 15 crises de dor de cabeça por mês.
Segundo ele, as condições psicológicas podem intensificar e aumentar a frequência das dores.
“Indivíduos com dores crônicas tendem a apresentar maior propensão à catastrofização [pessoa que só prevê desastres], além de serem mais suscetíveis a transtornos de ansiedade e depressão”, afirmou o especialista.
Problemas respiratórios: Asma e bronquite podem ser influenciadas ou agravadas por emoções negativas e intensas, além de situações de estresse ou ansiedade.
Distúrbios cardiovasculares: Estudos sugerem uma conexão entre estresse crônico e doenças cardíacas, incluindo hipertensão arterial e doença arterial coronariana.
Distúrbios dermatológicos: Condições como eczema, vitiligo, psoríase e dermatite atópica podem piorar, quando o paciente está passando por problemas psicológicos.
A pele funciona de dentro para fora e é influenciada pelo o que recebe de fora. Por exemplo, a psoríase, uma condição na qual as células da pele se acumulam e formam escamas e manchas secas que causam coceira, é chamada de pele emocional.
Distúrbios gastrointestinais: Como a gastrite nervosa, por exemplo, decorrente do estresse crônico, problemas no intestinos são comuns.
Distúrbios do sono: A insônia e outros distúrbios podem ser facilmente influenciados por preocupações, ansiedade e estresse emocional.
Dores musculares e tensão: O estresse e a ansiedade podem levar a dores musculares, principalmente, na região do pescoço, ombros e costas.
Além de desencadear, Leninha explicou que os problemas psicológicos podem agravar o quadro do paciente.
“O estresse, ansiedade e principalmente a depressão, quando baixa a serotonina da pessoa, piora muito a condição […]. A neuroquímica não fica no cérebro. Ela vai para a corrente sanguínea e baixa a nossa imunidade”, explicou a especialista.
Mas, tem tratamento?
De acordo com as psicólogas, o tratamento envolve uma abordagem multiprofissional, que atua sobre os sintomas físicos e psicológicos com especialistas de cada área.
“Curar, quando se trata de questões psicossomáticas ou psicológicas, talvez não seja a melhor palavra. Não se apaga a lembrança de um evento estressor […]. Mas o sofrimento que era gerado torna-se aos poucos menor e ganha outro sentido”, afirmou Carla.
Leninha acrescentou, ainda, a importância de entender que as doenças psicossomáticas são condições físicas reais. “Não significa que as doenças sejam imaginárias, como muitas pessoas pensam […]. A doença que mais contamina é a emoção”, afirmou.
*Informações G1