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Uso de tretinoína sem acompanhamento médico pode causar irritação severa na pele e piora de condições dermatológicas pré-existentes

Um dos principais usos da tretinoína é no tratamento de acne – foto Arquivo
A busca por medicamentos que contêm o princípio ativo tretinoína aumentou 241% de 2023 para 2024, segundo levantamento da CliqueFarma, que compara preços de medicamentos e produtos farmacêuticos.
Uma das razões para isso pode estar no destaque que produtos com tretinoína ganharam nas redes sociais, geralmente sob o nome de ácido retinoico.
No TikTok, a hashtag tretinoin (tretinoína, em inglês) tem mais de 50 mil vídeos relacionados ao tema, e retinol, mais de 500 mil.
As publicações vão desde cuidados com o uso dos ativos até recomendações de produtos e vídeos de evolução da pele com o tratamento.
Derivados da vitamina A, os retinoides são usados para tratar diversas condições dermatológicas.
Um dos tratamentos mais comuns para acne, o Roacutan, possui como principal ingrediente um retinoide: a isotretinoína, um derivado da tretinoína. Outros ativos nessa categoria são o adapaleno e o tazaroteno, por exemplo.
Assim, os retinoides são usados na forma oral e tópica – isto é, como dermocosmético. Nessa categoria, o retinol é encontrado em diversos cosméticos que promovem efeitos antienvelhecimento.
Já o adapaleno e o tazaroteno costumam ser usados para tratar acne. Todos eles têm menos efeitos colaterais do que a tretinoína.
O retinol, por exemplo, precisa ser transformado em ácido retinoico na pele por meio de processos enzimáticos.
Já a tretinoína, que já é a forma ativa do ácido retinoico, age diretamente nos receptores da pele, sem depender dessa transformação. Por essa razão, ela é mais potente e eficaz, mas também tende a ser mais irritante, especialmente em peles sensíveis.
Na década de 1970, a tretinoína era usada como tratamento de acne. Mais tarde, pesquisadores descobriram que ela também age nas manchas de queratose actínica, uniformizando a pigmentação da pele e acelerando a renovação das células superficiais.
Acompanhamento médico
O tratamento com tretinoína deve ser acompanhado por dermatologista para evitar complicações, especialmente em casos de contraindicação para gestantes e pacientes com doenças de pele, como eczema ou rosácea não controlada.
Os efeitos colaterais mais frequentes incluem vermelhidão, descamação, ressecamento e sensibilidade da pele, especialmente nas primeiras semanas de uso.
De início, o paciente também pode notar uma piora da acne. Não à toa, um dos produtos com tretinoína mais viralizados nas redes sociais no momento, o Vitacid ou Vitanol, é vendido nas versões em creme e gel e só pode ser comprado com receita médica.
“A automedicação pode causar efeitos adversos graves, como irritação severa, manchas escuras na pele e até piora de condições dermatológicas pré-existentes”.
“A ausência de um acompanhamento profissional impede o ajuste individualizado, comprometendo sua eficácia e aumentando os riscos”, afirmou Isabela Maria Dupin, dermatologista e coordenadora de pós-graduação na Afya Educação Médica, em comunicado.
Durante o tratamento, a pele fica mais suscetível à radiação ultravioleta.
Por isso, é fundamental o uso de protetor solar com FPS 30 ou superior, que deve ser reaplicado ao longo do dia a cada duas horas, se houver muita transpiração ou exposição solar prolongada, conforme indica a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
“É recomendado evitar o sol nos horários de maior intensidade, entre 10h e 16h, e utilizar barreiras físicas, como chapéus de aba larga e viseiras”, complementou Dupin.
*Informações Galileu