Juros do cheque especial variam entre 20% e 528%, segundo Banco Central

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de abril de 2018 às 22:54
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:41
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Cheque especial é uma das modalidades de crédito com os juros mais altos do país

Os juros do
cheque especial podem variar entre 20% e 528% ao
ano. É o que mostra pesquisa realizada pelo Banco Central
entre os dias 27 de março e 3 de abril com base nas taxas média praticadas
pelas 30 instituições financeiras que oferecem essa modalidade de crédito.

A diferença entre o
banco que cobra o menor porcentual e o que tem maior custo pode chegar a 26
vezes.

A taxa mais baixa foi verificada no Banco Inter
(20,44%) e a mais alta no Banco Mercantil do Brasil (528,65%). Entre os 10
bancos com os maiores juros estão as 5 maiores principais instituições do país
– Santander (421,31%), Itaú (321,92%), Banco do Brasil (312,87%), Caixa
(309,9%) e Bradesco (285,36%).

O cheque especial funciona como uma reserva que o
cliente pode usar em caso de emergência, quando surgir um gasto inesperado, sem
precisar recorrer ao banco, já que é um empréstimo pré-aprovado.
Justamente por causa dessas caraterísticas os juros são mais elevados em
comparação a outras linhas de crédito. Em fevereiro, a taxa do cheque especial
atingiu 324,12% ao ano, muito maior que a taxa média dos juros ao consumidor –
57,72% no mesmo período.

Na semana passada, a Federação Brasileira de Bancos
(Febraban) anunciou que as instituições vão oferecer uma linha de crédito alternativa ao cheque especial. O novo produto
vai ser oferecido para os clientes que comprometerem mais de 15% do limite do cheque
especial durante trinta dias
consecutivos a partir de 1º de julho. O objetivo é reduzir o custo para
os consumidores e melhorar a utilização desse crédito.

Outro lado

Procurada, a Caixa disse por meio de nota que,
“alinhada à queda apresentada pela taxa Selic, a Caixa ajustou a taxa de juros
do produto Cheque Azul PF focando nos clientes que possuem maior relacionamento
com a empresa, partindo de 2,09% ao mês e variando de acordo com o volume de
aplicação ou garantia ofertada pelo cliente. Cabe ressaltar que, atualmente, a
taxa média do produto está entre as melhores do mercado para o produto cheque
especial, considerando as principais instituições financeiras, conforme
informações divulgadas pelo Banco Central”.

A instituição diz ainda que promove, periodicamente,
“campanhas de sensibilização sobre o uso adequado do produto, visto que o
produto cheque especial é um crédito adequado para cobrir despesas
emergenciais. Para as demais situações, o banco oferece outras linhas de
crédito e serviços de acordo com a necessidade do cliente”.

Já o Santander disse que “manifesta apoio
incondicional às novas diretrizes que aperfeiçoam o uso do cheque especial,
inseridas no Normativo de Uso Consciente de Cheque Especial do Sistema de
Autorregulação Bancária (SARB). As medidas representam uma evolução das práticas
comerciais adotadas pelo banco, que deu início a ações para evitar que os
clientes permaneçam por um período não-emergencial em linhas rotativas com
taxas de juros mais onerosas (cheque especial e o rotativo do cartão de
crédito)”.

E afirma ainda que, para oferecer linhas
alternativas ao cheque especial, há quatro anos, o Santander criou uma família
de produtos parcelados exclusivos, com custos menores e adequados à sua
capacidade de pagamento. “O Santander é o único banco do país a disponibilizar
dez dias sem juros no cheque especial para todos os clientes. Esta condição
beneficia, atualmente, 35% dos usuários do cheque especial Santander”, diz a
nota oficial do banco.

Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Banco Mercantil do Brasil foram procurados, mas não responderam.


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