Funcionárias que trocaram bebês na Santa Casa de Franca são demitidas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de abril de 2018 às 09:57
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:42
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Diretora da Santa Casa classificou caso como “falha humana e pontual”

U​ma enfermeira e três técnicas de enfermagem da Santa Casa de Franca  foram demitidas, após dois bebês serem trocados no hospital. 

 O erro foi corrigido ainda dentro da unidade, depois que o pai de um dos meninos desconfiou das características do filho e constatou que o nome na pulseirinha não era o da mulher dele.

Em coletiva nesta sexta-feira (27), o diretor técnico da Santa Casa, Marcelo de Paula Lima, classificou o caso como “falha humana e pontual”, destacando que os recém-nascidos estavam com as pulseiras com os nomes corretos das mães, mas as identificações não foram checadas pela equipe de enfermagem.

“A falha foi ela [a técnica de enfermagem] não ter feito a checagem entre as pulseiras da criança e da mãe, que estavam adequadamente descritas e evidentes. Elas não foram checadas e, consequentemente, ela pegou a criança e entregou para a mãe trocada”, afirmou.

Iuri e Kauã foram trocados na Santa Casa de Franca, SP (Foto: José Augusto Júnior/EPTV)

O caso ocorreu na sexta-feira (20), quando os dois meninos nasceram

A Santa Casa realizou exames de DNA e os resultados foram divulgados na terça-feira, 24, comprovando a troca dos bebês.

As mães passaram todos os dias internadas no mesmo quarto com os filhos, à espera do laudo.

“O exame de DNA confirmou que as crianças estavam devidamente identificadas, não houve troca de identificação e, sim, de corpos, que foi corrigido pelo nosso protocolo. A verdade está com a Santa Casa, na maior transparência possível”, disse.

As funcionárias demitidas são, respectivamente, a enfermeira-chefe e duas técnicas de enfermagem do centro de obstetrícia e uma terceira técnica da maternidade. Segundo o diretor do hospital, a partir de agora, as pulseiras de mãe e filho também terão a mesma cor – além das informações pessoais – para facilitar a identificação.

“Hoje, além do número de série de identificação da criança e da mãe, o nome da mãe, a data de nascimento da mãe, nós também vamos adotar o sistema de cores. Então, cada dia se nascem 15 ou 20 crianças no centro obstétrico da Santa Casa de Franca, vamos ter 20 pares de cores diferentes”, explicou.

Eliane Salviano de Souza e o filho Iuri, após troca de bebês na Santa Casa de Franca, SP (Foto: José Augusto Júnior/EPTV)

Eliane Salviano de Souza e o filho Iuri, após troca de bebês na Santa Casa de Franca, SP (Foto: José Augusto Júnior/EPTV)

O caso

Filho da manicure Glaciela Martins Cintra, Kauã nasceu à 0h10 de sexta-feira. Já Iuri, filho da dona de casa Eliane Salviano de Souza, nasceu 13 minutos depois. Os bebês nasceram saudáveis e foram levados à pediatria, onde receberam atendimento e uma pulseira de identificação.

Segundo Eliane, o drama teve início no momento da primeira mamada, quando uma das enfermeiras trocou as crianças ao entregá-las às mães no quarto. No dia do parto, apenas ela e Glaciela estavam internadas.

Eliane contou que o hospital foi avisado sobre a suspeita, mas a hipótese só se confirmou depois que outra funcionária checou a pulseira no braço da criança. Com medo de serem liberadas com os filhos errados, as famílias exigiram que o hospital realizasse os testes de DNA.

As mães passaram cinco dias na unidade e, até que tudo fosse esclarecido, uma amamentou o filho da outra. As famílias foram liberadas com os filhos na terça-feira.

Glaciela Martins Cintra e o filho Kauã, após a troca de bebês na Santa Casa de Franca, SP (Foto: José Augusto Júnior/EPTV)

Glaciela Martins Cintra e o filho Kauã, após a troca de bebês na Santa Casa de Franca, SP (Foto: José Augusto Júnior/EPTV)

(Com informações do G1)


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