Brasileiros depositam R$ 7,089 bilhões líquidos na poupança apenas no mês de junho

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 7 de julho de 2021 às 11:00
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Em junho, os aportes na poupança somaram R$ 296,384 bilhões, enquanto os saques foram de R$ 289,296 bilhões.

A poupança é remunerada pela taxa referencial (TR) mais 70% da Selic (a taxa básica de juros), hoje em 4,25% ao ano.

Em meio à segunda onda da pandemia do novo coronavírus, os brasileiros depositaram R$ 7,089 bilhões líquidos na poupança em junho, informou o Banco Central.

Este foi o terceiro mês de captação positiva para a poupança após três meses de saques líquidos. O resultado ocorre na esteira da volta do pagamento do auxílio emergencial para uma parcela da população.

Em junho, os aportes na poupança somaram R$ 296,384 bilhões, enquanto os saques foram de R$ 289,296 bilhões.

Este movimento gerou o depósito líquido total de R$ 7,089 bilhões no mês. Considerando o rendimento de R$ 2,243 bilhões da caderneta em junho, o saldo total das contas chegou a R$ 1,030 trilhão.

Retirada

Junho foi o terceiro mês de 2021 em que houve mais depósitos do que saques na poupança. Nos meses de janeiro, fevereiro e março, os brasileiros haviam retirado recursos da caderneta.

No acumulado de janeiro a junho, a população retirou R$ 16,540 bilhões líquidos da caderneta. Em 2020, em meio à pandemia do novo coronavírus, a poupança havia registrado dez meses consecutivos de depósitos líquidos (de março a dezembro).

No ano passado, a caderneta havia sido favorecida pelo pagamento de auxílios à população. Além disso, ela foi impulsionada em 2020 pela maior cautela das famílias brasileiras.

Preocupadas com a renda futura e com medo do desemprego, muitas delas reduziram gastos e passaram a aplicar recursos na caderneta, o que elevou o saldo. Este movimento foi o que o BC chamou de “poupança precaucional”.

Contrapartida

Em contrapartida, as famílias passaram a enfrentar, no início de 2021, as tradicionais despesas de início de ano (IPTU, IPVA, matrículas de filhos em escolas particulares e gastos com material escolar), além de um ambiente ainda negativo para a economia.

Nos primeiros meses do ano, o governo não pagou o auxílio emergencial, o que também impactou os saldos.

Estes fatores favoreceram os saques na poupança em janeiro, fevereiro e março, com muitos brasileiros precisando de recursos para fechar as contas.

Em abril, maio e junho, porém, o resultado positivo foi influenciado pela volta do pagamento do auxílio emergencial para uma parcela da população. Os depósitos começaram a ser feitos em 6 de abril.

Percentual

A poupança é remunerada atualmente pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros), hoje em 4,25% ao ano.

Na prática, a remuneração atual da poupança é de 2,975% ao ano. O porcentual não cobre necessariamente a inflação.

Esta regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).


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